segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Ato na Paulista foi 'grito de desespero' de Bolsonaro, avaliam ministros do STF

 Para magistrados do Supremo Tribunal Federal, Bolsonaro antecipou o "absurdo jurídico" que utilizará para se defender das acusações sobre uma tentativa de golpe

Silas Malafaia, Jair e Michelle BolsonaroSilas Malafaia, Jair e Michelle Bolsonaro (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

 A manifestação liderada por Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (25) foi interpretada por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) como um "grito de desespero" frente à possibilidade de prisão por conta do avanço das investigações sobre o roteiro do golpe. Para alguns ministros da corte, Bolsonaro antecipou sua estratégia de defesa, caracterizada como um "absurdo jurídico", na tentativa de criar uma narrativa entre seus apoiadores de que não houve irregularidades em discutir uma minuta de golpe de Estado, relata Andréia Sadi, do g1.

Durante seu discurso, Bolsonaro admitiu a existência da minuta do golpe, o que levantou questionamentos. Um ministro do STF observou: "mas como ele diz que ia submeter [a minuta] ao Congresso se, com golpe de Estado, quem garante que ia ter Congresso? Tinha uma versão [da minuta] até para prender o Pacheco [presidente do Senado]". 

"Magistrados avaliam que está cada vez mais clara a mudança no entendimento de Bolsonaro e de seus aliados de que o cerco está se fechando pois, antes, falava-se no ex-presidente como autor intelectual, como se propostas de golpe fossem apresentados a ele", diz a reportagem. Segundo um ministro, cada vez mais fica provado que Bolsonaro "não só era ativo, como era proativo" no planejamento do golpe.

Apesar de evitar ataques diretos ao STF durante o evento, Bolsonaro terceirizou críticas, em uma ação coordenada, ao líder religioso Silas Malafaia, chamado nos bastidores da corte de "ventríloquo". Investigadores alertam que há limites mesmo para líderes religiosos como Malafaia, e se a igreja for usada para ataques à democracia, não haverá clemência.

Fonte: Brasil 247 com informações do g1

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