Agente da Abin imprimiu em setembro de 2020 um relatório sobre o delegado Daniel Freitas. À época, Freitas conduzia as investigações do assassinato de Marielle Franco
Em mais um desdobramento no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), a Polícia Federal (PF) está agora investigando se a chamada "Abin Paralela", estrutura ilegal criada na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), monitorou de perto o andamento das investigações sobre o crime. A atenção volta-se não apenas para os detalhes da atuação da "Abin Paralela" mas também para a impressão de arquivos ligados ao caso entre os anos de 2019 e 2021, informa o jornal O Globo.
Documentos analisados pela PF, com o auxílio da Controladoria-Geral da União (CGU), revelam que Marcelo Bormevet, policial federal nomeado na Abin durante a gestão de Alexandre Ramagem (2019-2022), imprimiu em setembro de 2020 um relatório sobre o delegado Daniel Freitas. À época, Freitas conduzia as investigações do assassinato de Marielle Franco, ocorrido em 2018. Curiosamente, o delegado foi afastado do caso no mesmo mês.
O afastamento de Freitas foi determinado pelo então novo secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Allan Turnowski, que promoveu mudanças na estrutura da delegacia responsável pelas investigações do caso Marielle. Procurado para comentar sobre as recentes revelações, o Freitas preferiu não se manifestar.
As investigações da PF também apontam para outra ação suspeita: em junho de 2021, um policial federal cedido à Abin durante a gestão de Ramagem imprimiu um documento relacionado à federalização do caso Marielle. Em setembro de 2019, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apresentou um pedido para que as investigações do caso fossem conduzidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. No entanto, o Superior Tribunal de Justiça negou o pedido em maio de 2020.
Fonte: Brasil 247 com informação do jornal O Globo
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