A inteligência do Exército também foi acionada para produzir informações destinadas ao círculo íntimo de Jair Bolsonaro
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não estava sozinha na teia de espionagem ilegal montada para atender aos interesses políticos do governo de Jair Bolsonaro (PL). Segundo Rodrigo Rangel, do Metrópoles, fontes de alto escalão da agência afirmam que a inteligência do Exército também foi acionada para produzir informações destinadas ao círculo íntimo do então presidente da República.
A participação dos militares neste esquema agora está sob escrutínio da Polícia Federal, que investiga o que vem sendo chamado de "Abin paralela".
O programa espião FirstMile, usado pela Abin para monitorar opositores do governo, é um dos pontos de partida das investigações. A inteligência do Exército também fazia uso desse software, pertencente à empresa israelense Cognyte. As consultas realizadas nos últimos anos pelos militares, a partir da autorização que lhes permitia acessar diretamente os dados dos arquivos da Cognyte, agora estão nas mãos da PF e serão minuciosamente analisadas.
Segundo oficiais de inteligência que acompanharam a atuação do grupo de Alexandre Ramagem na Abin, além do trabalho clandestino realizado dentro da agência, havia um núcleo de inteligência militar em paralelo, a serviço de Bolsonaro e seu círculo mais próximo. Esse núcleo, composto por oficiais com histórico no Centro de Inteligência do Exército (CIE) e com ligações diretas com o gabinete presidencial da época, era responsável por fornecer informações sensíveis.
Além do FirstMile, a inteligência do Exército dispõe de diversas outras ferramentas capazes de monitorar alvos selecionados, todas vinculadas diretamente ao comando-geral da corporação.
O Exército ainda não se pronunciou sobre o caso.
Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles
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