Bolsonaro citou a conhecida "minuta do golpe" em discurso neste domingo. Polícia Federal vê confirmação de que ele sabia da existência do documento ilegal
Jair Bolsonaro em ato na Paulista (Foto: Reprodução)
Paulo Cunha Bueno, advogado de Jair Bolsonaro (PL), afirmou que as declarações do ex-mandatário durante o ato na Avenida Paulista, em que reconheceu a existência de uma minuta golpista, referiam-se a um texto recebido por ele em 2023, após deixar o governo. "A declaração do presidente foi em cima da minuta que ele só teve conhecimento em outubro de 2023. Não reforça em nada a investigação, porque foi a primeira minuta que ele viu. Não tinha visto antes", disse Bueno à Folha de S. Paulo.
A Polícia Federal (PF), porém, avalia que o discurso de Bolsonaro confirma que ele tinha conhecimento da minuta golpista e que o ex-mandatário reforçou a linha de investigação de que houve o planejamento de uma tentativa de golpe de Estado. O primeiro documento foi encontrado na residência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Um segundo texto, mais enxuto, foi encontrado pela PF no gabinete utilizado por Bolsonaro na sede do PL, em Brasília, em fevereiro, durante o cumprimento de mandados judiciais no âmbito da Operação Tempus Veritatis, que apura a trama golpista. O documento previa a prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e a decretação de uma ação de garantia da lei e da ordem (GLO).
A defesa teve acesso ao texto ao receber os autos do inquérito em 18 de outubro do ano passado. “Segundo o advogado, o presidente pediu para que ele encaminhasse por telefone o texto para que ele pudesse imprimir e ler fisicamente”, destaca a reportagem. Ao depor à PF sobre o caso na semana passada, Bolsonaro permaneceu em silêncio, alegando que a defesa não teve acesso aos autos processuais.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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