quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

"Acabou minha folga", diz Bolsonaro após ser alvo da PF em investigação sobre os atos golpistas do 8/1

 Ex-mandatário também disse "não entender" a acusação de tentativa de golpe de Estado contra ele e seus aliados

Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Carla Carniel)

Jair Bolsonaro lamentou a operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (8) e que teve ele próprio, além de aliados e auxiliares como alvos no âmbito do inquérito que apura a intentona golpista do dia 8 de janeiro do ano passado. "Acabou minha folga. Vejo colega sendo preso, é muito ruim", disse Bolsonaro à coluna do jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles. 

Bolsonaro, que está de férias em Angra dos Reis, terá que entregar o passaporte em até 24 horas e evitar contato com outros investigados, mesmo por meio de advogados, conforme determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O prazo foi dado após o ex-mandatário alegar que o documento estava em Brasília. 

Bolsonaro também disse não entender a acusação de “tentativa de golpe de Estado” contra ele e seus aliados. "Não entendo (acusação de) tentativa de golpe. Fizemos uma transição sem problemas. A pedido do Lula, nomeei os três comandantes de Força escolhidos por ele em dezembro. Como vou nomear comandante de Força dele e dar um golpe depois?", disse.

Nota da Polícia Federal – A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (8/2) a Operação Tempus Veritatis para apurar organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder.

Estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas. Policiais federais cumprem as medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal, nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

Nesta fase, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.

O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.

O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.

O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal.

Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. 

Fonte: Brasil 247 com informação da coluna do jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles

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