sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Abin demite agente que vazou dados para blindar Flávio Bolsonaro

 

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Foto: reprodução

Cristiano Ribeiro, agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), foi recentemente desligado do serviço secreto pelo governo federal, segundo informações do colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles.

Uma investigação interna revelou que Ribeiro vazou informações confidenciais que foram utilizadas em uma matéria sobre um servidor da Abin, acusado de agir para “blindar” o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso das rachadinhas.

Segundo fontes, Ribeiro fotografou a tela de seu computador na Abin e compartilhou as imagens com indivíduos externos à agência. Esse incidente ocorreu durante o governo Bolsonaro, e antes de sua demissão, Ribeiro foi alvo de uma operação de busca e apreensão conduzida pela Polícia Federal (PF), que examinou seus dispositivos eletrônicos.

A imagem vazada continha o organograma do Centro de Inteligência Nacional da Abin, com fotos e nomes dos servidores responsáveis por cada coordenação e seus respectivos substitutos. O CNI tem a responsabilidade de monitorar “assuntos de inteligência estratégica”.

A investigação interna da Abin indicou que o material vazado foi utilizado em uma reportagem do site “Intercept Brasil”, publicada em dezembro de 2020. A matéria baseou-se em depoimentos de uma fonte da Abin, que levantou suspeitas sobre Marcelo Bormevet, um policial federal à época lotado na agência, afirmando que ele teria produzido relatórios para proteger Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas.

Servidores trabalham na sede da Abin, em Brasília. Foto: reprodução

Na sequência, Bormevet foi dispensado de seu cargo apenas depois que Alexandre de Moraes ordenou seu afastamento por estar sob investigação no âmbito da suposta “Abin paralela” durante o governo Bolsonaro. O ministro do STF referenciou a reportagem do “Intercept Brasil” ao autorizar operações da PF.

Vale destacar que Ribeiro foi demitido da Abin pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A demissão foi oficializada após a conclusão de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) iniciado em 2021. O relatório pontuou que o agente infringiu o Regime Jurídico dos Servidores Públicos.

A apuração apontou o cometimento de duas irregularidades: “revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo” e “improbidade administrativa”. A demissão de Ribeiro foi, portanto, uma medida formal cumprida pelo governo Lula.

Fonte: DCM com informações do colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles


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