O bolsonarista Oswaldo Eustáquio, considerado foragido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), protagonizou um depoimento à Polícia Federal (PF) no qual entoou cânticos contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O episódio ocorreu durante uma videoconferência em 12 de dezembro e foi registrado em vídeo obtido pelo Metrópoles. Eustáquio alegou que as músicas eram evidências de perseguição por parte do ministro Alexandre de Moraes, responsável por sua prisão.
Na gravação, ele dirigiu-se ao delegado Luís Filippe Mensório, responsável pelo depoimento, cantando: “Eu sou investigado porque eu cantei: ‘Se precisar, a gente acampa, mas o ladrão não sobe a rampa’ (2x). Eu sou investigado por isso”, disse ele, acompanhado de palmas ritmadas.
O bolsonarista continuou argumentando, mencionando um ofício do delegado Andrei Rodrigues ao ministro Alexandre de Moraes.
“O DPF [delegado da PF] Andrei [Rodrigues], então segurança do presidente Lula à época, no hotel Brasil 21, viu o jornalista Oswaldo Eustáquio cantando essa música. E ele escreveu ao senhor ministro Alexandre de Moraes: ‘Eu, delegado Andrei, neste momento, como chefe da segurança do Lula, entendo que o Oswaldo Eustáquio incitou as pessoas, isso está entre aspas, e cantou uma outra música: Lula, ladrão, seu lugar é na prisão.’ Estádios cantam isso”, ponderou Eustáquio.
Andrei afirmou que Eustáquio incitou situações que poderiam “levar à morte” do presidente Lula, justificando assim a prisão para garantir a segurança do petista. Eustáquio contestou essa interpretação no depoimento, considerando-a descabida.
No interrogatório, Eustáquio foi questionado sobre movimentos para impedir a posse de Lula e as depredações às sedes dos Três Poderes promovidas por bolsonaristas em 8 de janeiro, que teriam ocorrido em decorrência desses movimentos.
O simpatizante do ex-capitão, no entanto, argumentou que se posicionou publicamente contra o ato de 8 de janeiro de 2023, alegando que já havia um novo presidente empossado, tornando sem sentido apoiar movimentos antidemocráticos.
Oswaldo Eustáquio também negou envolvimento na manifestação violenta em frente à sede da PF em 12 de dezembro de 2022, alegando estar no Palácio do Alvorada, a residência oficial do presidente da República, na ocasião.
Assista abaixo:
Fonte: DCM com Metrópoles
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