O ex-deputado é líder de um poderoso grupo político da zona oeste do Rio, berço das milícias da capital
Deputado estadual pelo MDB durante cinco mandatos no estado do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, 58 anos, é conselheiro do Tribunal de Contas (TCE-RJ) e foi apontado pelo pelo ex-policial militar Ronnie Lessa como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol), morta em 2018.
O ex-deputado é líder de um poderoso grupo político da zona oeste do Rio, berço das milícias da capital. Ele enfrentou acusações de improbidade administrativa, fraude, máfia dos combustíveis e o envolvimento com milícias para a compra de votos e formação de curral eleitoral, de acordo com informação publicada pela Carta Capital.
O Tribunal Regional Eleitoral do RJ cassou o mandato de Brazão em 2011 por suposta compra de votos na Zona Oeste do Rio. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anulou a decisão no mesmo ano.
Uma das possibilidades em investigação para as causas do assassinato de Marielle foi uma suposta vingança contra o ex-deputado Marcelo Freixo, à época filiado ao PSOL. Atualmente o ex-parlamentar é presidente da Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo) e está filiado ao PT. Brazão entrou em disputas políticas com Freixo, que trabalhou com a ex-vereadora por 10 anos antes de ela ser eleita para a Câmara Municipal do Rio, em 2016.
O início da briga entre os parlamentares teria sido em 2008, quando o nome de Brazão foi citado no relatório final da CPI das Milícias, presidida por Freixo, deputado estadual na época.
Relembre
Outro ex-policial, Élcio Queiroz foi preso desde 2019 por participação nas mortes de Marielle junto com Ronnie Lessa. Em delação premiada com a Polícia Federal e o MPRJ, Queiroz admitiu que dirigiu o carro usado no ataque e disse que Lessa fez os disparos com uma submetralhadora. Também afirmou ter recebido pagamentos mensais de R$ 5 mil de Suel. E disse que Lessa teria experimentado um "aumento muito grande" em seu patrimônio após o crime. Segundo Queiroz, o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, vigiou Marielle.
Policiais prenderam no ano passado o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, por envolvimento no assassinato da ex-vereadora da cidade do Rio de Janeiro (RJ) Marielle Franco (PSOL). Ele atuou na "vigilância" e "acompanhamento" da ex-parlamentar, afirmou o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.
Assassinato em 2021, o sargento da PM Edmilson da Silva de Oliveira, o Macalé, morto em 2021, apresentou a Lessa o "trabalho" de executar Marielle. Foi o que disse Queiroz em delação. Macalé também ajudou o PM reformado a descobrir mais informações da rotina da vereadora, participando do monitoramento dela. Os dois monitoraram Marielle meses antes do crime, que aconteceu em março de 2018.
Queiroz disse que o mecânico Orelha foi acionado por Suel para se desfazer do carro usado no homicídio. A delação apontou que Orelha tinha uma agência de automóveis e foi dono de um ferro velho. Conhecia pessoas que trabalham com peças de carros.
Fonte: Brasil 247 com Carta Capital
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