Pesquisador destaca histórico de radicalização e a influência de eventos passados nas disputas eleitorais deste ano
O cenário das eleições municipais no Brasil tem sido marcado pela ascensão de candidaturas radicais, que, em busca de visibilidade, não hesitam em adotar posturas extremistas, revela reportagem do Jornal GGN. Um exemplo histórico desse fenômeno remonta a 1985, quando José Alcides Marronzinho de Oliveira, conhecido como Marronzinho, difamou Fernando Henrique Cardoso nas páginas de seu jornal, A Voz, durante a disputa pela prefeitura de São Paulo.
A manchete "Marronzinho confirma: Fernando Henrique é maconheiro" prejudicou a imagem de FHC e contribuiu para a vitória de Jânio Quadros naquelas eleições. Marronzinho, por sua vez, enfrentou mais de 30 processos por calúnia e difamação ao longo da década de 1980, impedindo sua participação em eleições subsequentes.
De acordo com Alexandre de Almeida, historiador e pesquisador do Observatório da Extrema-direita e do Laboratório de História Política e Social da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a radicalização é uma característica intrínseca aos pleitos municipais. Em uma entrevista ao programa TVGGN, Almeida observou que candidaturas mais extremistas geralmente surgem da necessidade de ganhar visibilidade eleitoral, uma vez que tais candidatos frequentemente carecem de apoio partidário e financeiro.
O pesquisador destacou ainda que, assim como Marronzinho, candidatos com posturas extremistas buscam uma projeção nacional, utilizando as eleições municipais como trampolim para futuras candidaturas em níveis mais abrangentes. "Vários candidatos que foram prefeitos e prefeitas conquistaram cargos em outras instâncias ou já pensam em outra candidatura mal acabados seus mandatos", afirmou Almeida.
O pesquisador chamou atenção para o impacto dos atos golpistas ocorridos em Brasília no dia 8/01, um ano atrás, nas eleições municipais deste ano. Ele suspeita que, apesar das ações do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Governo Federal, uma política de apaziguamento em relação aos financiadores, mentores e militares envolvidos na tentativa de golpe de Estado pode influenciar o cenário eleitoral.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal GGN
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