Em comemoração aos 40 anos de existência do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), um ato de celebração está sendo realizado ao longo deste sábado (27) na Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema, no interior de São Paulo.
Pouco antes da manifestação, em coletiva de imprensa, Jaime Amorim, um dos coordenadores do movimento, falou sobre os desafios do MST para este ano, entre eles as eleições municipais.
O coordenador do MST afirma que o movimento irá lançar candidaturas. “Precisamos ter representantes nas câmaras municipais e fazer a disputa com o fundamentalismo evangélico nos municípios.” Um dos nomes já sedimentados para enfrentar a disputa municipal é o de Rosa Amorim para a Prefeitura de Caruaru, em Pernambuco. Hoje, Amorim é deputada pelo PT no estado.
Jaime Amorim também disse que o MST deve chamar para si a responsabilidade pela crise climática, assim como toda a sociedade. “A crise ambiental já não é mais uma crise ambiental, é uma crise climática e MST é chamado para responder a essas questões.”
Em 2020, o movimento lançou o Plano Nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis”, com o objetivo de plantar 100 milhões de árvores em uma década. Nos três anos de atividades do plano várias ações foram realizadas, incluindo o plantio de bosques e agroflorestas, a construção de viveiros, mutirões para coleta de sementes, além de programas de formação e mobilização.
O coordenador do movimento também afirmou que o governo federal tem papel central nesta responsabilidade. “O governo tem que colocar a reforma agrária como uma questão central para resolver o problema do latifúndio atrasado e colocar a questão de orçamento para a reforma agrária”, afirma.
Durante a celebração, o movimento lançou uma carta aberta ao povo brasileiro. O documento cita várias medidas para combater a fome, estimular a produção de alimentos saudáveis, educação, cultura, combater as violências e levar mais vida ao campo.
Após 40 anos de existência, o MST segue na luta por esses pilares, mas num cenário diferente de quatro décadas atrás. “O movimento, além de fazer as ocupações, ganhou as ruas com marchas, com grandes atividades também nas cidades. Nós avançamos para outras áreas. Estamos produzindo alimentos saudáveis. Hoje, somos um dos principais movimentos que toca a educação do campo, em especial a questão da alfabetização, atacando esse problema histórico no país”, afirmou Jaime na coletiva de imprensa.
“Nós temos mais de 400 assentamentos, conquistados por 400 mil famílias assentadas, produzindo diversos tipos de alimentação. Enquanto o agronegócio produz 70 variedades de produtos alimentícios, nós chegamos a produzir mais de 25 mil produtos. Hoje se apresentam outros grandes desafios que a luta pela reforma agrária nos coloca. A gente está pronto para atender a esses novos desafios que vêm surgindo.”
Originalmente publicado em Brasil de Fato
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