Em julho de 2023, Operação Escudo na Baixada Santista matou ao menos 28 pessoas, na mais letal ação da polícia paulista desde o massacre do Carandiru, em 1992
A Secretaria de Segurança de São Paulo anunciou o início de uma série de novas operações Escudo em resposta aos recentes ataques que resultaram na morte de uma soldada e no ferimento de quatro policiais militares em diferentes regiões do estado, informa a CartaCapital. As operações Escudo são uma resposta a ataques praticados contra agentes de segurança e foram criadas durante a gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Na quinta-feira (18), uma soldada foi morta por criminosos que tentaram roubar sua moto na zona sul da capital paulista. No mesmo dia, um policial aposentado foi baleado em uma tentativa de assalto em uma região próxima, sendo internado no Hospital das Clínicas. Outro policial militar teve sua moto roubada na mesma manhã, sofrendo disparos durante a abordagem, sendo atingido no abdômen, enquanto sua esposa foi ferida de raspão no pescoço. Na mesma noite, um agente foi abordado por criminosos enquanto andava de moto, sendo alvo de tiros após anunciar o assalto. O agente foi levado ao hospital, e um projétil foi retirado de seu corpo. A 110km da capital, na cidade de Hortolândia, um policial militar e sua esposa foram vítimas de uma tentativa de assalto que resultou na morte de um dos suspeitos, após o policial intervir armado.
Apesar de aparentemente não haver conexão entre os crimes, o secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, afirmou que as vítimas teriam sido alvejadas após serem identificadas como policiais. Em comunicado, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) ressaltou que as operações visam o reestabelecimento da ordem e da "sensação de segurança da população". "A ação, neste caso, foi desencadeada em quatro regiões, sendo 2ª Operação Escudo, na região de Santo André (CPA/M-6), 3ª Operação Escudo, na região sul da capital paulista (CPA/M-10), decorrentes do assassinato da soldado PM Sabrina; 4ª Operação Escudo, na área de Piracicaba (CPI-9) e a 5ª Operação Escudo, na área que abrange a região de Guarulhos (CPA/M -7). O trabalho dos policiais ajudou a identificar os suspeitos da morte da soldado PM Sabrina, além de prender um jovem, de 19 anos, envolvido no caso de São Bernardo do Campo. Mais detalhes sobre o trabalho policial serão divulgados ao término das operações", afirmou a nota da SSP.
Em julho de 2023, a primeira operação Escudo da gestão bolsonarista foi deflagrada após o assassinato de um agente de segurança no litoral do estado. Contudo, a operação foi alvo de críticas e denúncias de violência extrema, resultando em pelo menos 28 mortes em um mês de atividade, tornando-se a mais letal da polícia paulista desde o massacre do Carandiru, em 1992. Os policiais envolvidos foram acusados de violações aos direitos humanos, tortura e forjamento de cenas de crime, sendo que alguns deles se tornaram réus em dezembro de 2023.
Fonte: Brasil 247 com informações da Carta Capital
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