Novas rotas envolvem a utilização de portos do Nordeste e Sul, além de países próximos, como o Equador
O aumento das operações de combate ao narcotráfico em diferentes regiões do Brasil tem levado a Polícia Federal (PF) a mapear novas rotas de envio de drogas para a Europa. Segundo a Folha de S. Paulo, as investigações revelaram mudanças significativas nas estratégias utilizadas por organizações criminosas, buscando evitar áreas de intensificação na fiscalização, como os portos da região sudeste do país.
Historicamente, o tráfico de entorpecentes no Brasil contava com duas rotas principais: a "Caipira," dominada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), e a rota na região Norte, sob domínio do Comando Vermelho. No entanto, recentes investigações da PF indicam a consolidação de novas rotas, algumas delas contornando o território brasileiro.
Duas dessas rotas agora envolvem países vizinhos, como o Equador, que passa por uma onda inédita de violência devido ao tráfico de drogas. O Coordenador-Geral de Repressão a Drogas, Armas e Facções Criminosas da PF, delegado Júlio Danilo Souza Ferreira, apontou para a aparente ilogicidade dessas novas rotas, que, embora mais longas, são escolhidas para evitar a crescente pressão e combate às facções no Brasil.
"Aumentamos a pressão aqui, e eles buscam novas rotas," afirma o delegado Júlio Danilo. Ele destaca o papel fundamental das investigações focadas nas lideranças e na descapitalização das organizações criminosas como estratégia para efetivamente combater o narcotráfico.
“Já em relação aos novos caminhos utilizados pelos criminosos dentro do país, o delegado cita como motivo da mudança, por exemplo, o aumento da fiscalização em alguns portos, como o de Santos, onde 100% dos contêineres passaram a ser escaneados. Nesse cenário, diz o delegado, portos da região Nordeste e da região Sul passaram a aparecer nas investigações como saída da droga com destino a Europa”, ressalta a reportagem.
O delegado Júlio Danilo enfatiza a importância de ir além da apreensão de drogas, direcionando os esforços para identificar e neutralizar as lideranças e desencadear a descapitalização das organizações criminosas. Nesta Linha, Júlio Danilo diz que a PF tem fortalecido os grupos de investigações sensíveis (os Gises) e as forças tarefas em conjunto com polícias estaduais (as Ficcos). Segundo dados da PF, esta abordagem resultou na apreensão de ao menos R$ 2 bilhões ligados a grupos criminosos, ante R$ 602 milhões em 2022.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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