Alvo de inquérito aberto pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Sergio Moro (União-PR) diz que “não teme qualquer investigação”. O magistrado determinou uma apuração por suspeita de irregularidades cometidas em acordo de delação premiada com o empresário e ex-deputado Tony Garcia enquanto era juiz federal.
“Não temo qualquer investigação, pois sempre agi com correção e com base na lei para combater o crime, mas lamento a abertura de inquérito sobre fatos de quase 20 anos atrás e ao qual minha defesa não teve acesso, com base nas fantasias confusas de um criminoso condenado e sem elementos que as suportem”, afirmou Moro.
Toffoli aceitou pedido apresentado pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Os órgãos se basearam em relato de Tony Garcia, que disse ter sido usado como uma espécie de grampo ambulante para coletar provas contra autoridades que têm foro por prerrogativa de função.
As “missões” passadas por Moro incluíam o uso de escutas ambientais e de interceptação em telefones. Garcia relata que foi usado como um “instrumento de chantagem” pelo então juiz no acordo firmado em 2004 no caso Banestado.
Para a PF, há indícios dos crimes de fraude processual, organização criminosa, lavagem de capitais e concussão. Uma investigação preliminar já havia sido realizada no ano passado e Garcia tratou de “diversos aspectos potencialmente criminosos envolvendo agentes públicos e privados que atuaram direta e indiretamente na Operação Lava Jato”, segundo a corporação.
Também foram solicitados depoimentos de Moro; de sua esposa, a deputada federal Rosângela Moro (União-SP); do ex-procurador Deltan Dallagnol; da juíza Gabriela Hardt; e do doleiro Alberto Youssef, que também firmou delação na Lava Jato. Toffoli ainda não decidiu sobre o pedido para as oitivas.
Fonte: DCM
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