O Movimento dos Países Não Alinhados realizou no último fim de semana a sua 19ª cúpula que reforça o papel do movimento no cenário internacional
A 19ª Cúpula de chefes de Estado e de Governo do Movimento dos Países Não Alinhados (MNOAL) se realizou em Uganda no último fim de semana. Os trabalhos foram concluídos no último sábado (20), com a adoção de acordos que agora serão implementados com a persistência de todos os países membros. Uganda assumiu a presidência para o período de 2024 a 2027. O tema da Cúpula foi "Aprofundar a cooperação, compartilhar a riqueza global".
Mais de uma centena de intervenções ocorreram durante o evento. A cerimônia de encerramento contou com um discurso do secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, que focou suas palavras na situação que ocorre desde o mês passado na Palestina, ao mesmo tempo em que reconheceu o papel importante desempenhado pelo MNOAL, tanto no âmbito da ONU quanto no cenário internacional.
O presidente ugandês, Yoweri Museveni, instou a promover e expandir a solidariedade e o comércio entre os membros do Movimento, enfatizando especialmente a ideia de apreciar a África como um espaço de crescentes oportunidades econômicas.
Várias foram as delegações que mencionaram Cuba e expressaram seu total apoio à luta contra o bloqueio imposto pelo governo dos Estados Unidos, exigindo também a exclusão de Cuba da lista infundada de Estados supostamente patrocinadores do terrorismo, informa o Granma.
"Esta Cúpula conta, como sempre, com a presença de Cuba, a Cuba heroica", afirmou o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves. Ele lembrou que Cuba lutou em terras africanas, esteve em Angola, em Cuito Cuanavale, e derrotou os sul-africanos racistas. Apesar de todos os sacrifícios, Cuba continua sendo bombardeada com medidas coercitivas unilaterais.
De maneira geral, os principais temas presentes no debate foram marcados pela atual situação do povo da Palestina, em relação à qual foi evidenciado o consenso entre os países membros para que o Movimento insista com mais força na esfera global e alcance um cessar-fogo com urgência. “Exigimos o fim imediato desta guerra injusta contra os palestinos e a implementação da solução de dois Estados”, disse o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahmat.
Além disso, houve uma ênfase no papel que cabe ao Movimento na esfera internacional, como porta-voz das posições dos países do Sul. Houve também preocupação com o atraso no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e os crescentes efeitos das mudanças climáticas, ao mesmo tempo em que foi exigida a eliminação imediata de medidas coercitivas impostas a várias nações.
Da mesma forma, houve concordância na necessidade urgente de reformar as Nações Unidas e as organizações internacionais, incluindo a arquitetura financeira internacional.
Fundado em Belgrado em 1961, o MNOAL surgiu no auge da "guerra fria" e tem como objetivo principal promover a paz, a independência e a autodeterminação entre seus países membros. O MNOAL tem agora 120 países-membros, a maioria de países em desenvolvimento da Ásia, África e América Latina, contanto com uma ampla representatividade na comunidade internacional. Em setembro de 1992, a China tornou-se um Estado observador do movimento.
Fonte: Brasil 247
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