quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Milei promete relação madura com Brasil, mas desperta dúvidas em Davos

 Argentino destacou interesse em preservar as relações comerciais e trabalhar em conjunto com o Brasil para obter a adesão à OCDE

Javier Milei e Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reuters)

 O presidente argentino, Javier Milei, apresentou-se hoje no principal salão do Fórum Econômico Mundial, em Davos, em meio a uma plateia "pouco empolgada", informa o Valor Econômico. Enquanto os aplausos ecoavam principalmente entre os membros de seu estafe, parte da atenção estava voltada para as expectativas em relação à sua postura em relação ao Brasil.

Ao ser questionado sobre como seria sua relação com o Brasil, Milei assegurou que pretende manter "uma relação adulta". Em sua explicação, o presidente argentino destacou o interesse em preservar as relações comerciais e trabalhar em conjunto com o Brasil para obter a adesão à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Entretanto, a reação da plateia em Davos e a postura de Milei geram incertezas quanto à natureza dessa prometida relação madura. Até o momento, o Brasil optou por uma abordagem pragmática diante do líder argentino de ultradireita, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantendo uma postura de evitar conflitos, a menos que o Brasil seja diretamente atacado.

Enquanto Milei não adotar medidas hostis contra o Brasil, a relação bilateral parece não enfrentar grandes turbulências. Lula optou pelo silêncio em relação a decisões controversas do presidente argentino, como o "decretaço" que revogou mais de 300 leis e a polêmica "lei ônibus" que concede amplos poderes a Milei até 2025.

O pragmatismo de Lula, conforme relatado, está fundamentado em duas preocupações centrais: a estabilidade regional e o comércio bilateral. No entanto, uma ofensiva dramática de Milei contra o Brasil ou o Mercosul pode alterar essa postura.

Vale lembrar que, embora Milei tenha convidado Lula para sua posse em dezembro de 2023, o presidente brasileiro optou por não comparecer, enviando o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, como representante. A decisão foi tomada após ataques verbais de Milei durante a campanha presidencial argentina, onde o argentino classificou Lula como "ladrão" e "corrupto".

Fonte: Brasil 247 com informações do Valor Econômico

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