Intelectual e militante boliviano marxista Álvaro García Linera afirma que para derrotar a nova direita, o progressismo deve resolver os problemas econômicos da maioria
Jacobina - Após viagem à Colômbia para inaugurar o ciclo de pensamento “Imaginando o futuro desde o Sul”, organizado pelo Ministério da Cultura da Colômbia pela filósofa Luciana Cadahia, o ex-vice-presidente boliviano Álvaro García Linera conversou com a Jacobin sobre o cenário político e social que a América Latina atravessa neste “tempo liminar”, ou interregno como Gramsci dizia, que teremos que atravessar durante os próximos 10 ou 15 anos, até a consolidação de uma nova ordem mundial. É claro que esta escuridão instável é o momento para a entrada em cena da mais monstruosa extrema direita que, em certa medida, é consequência dos limites do progressismo.
Na nova etapa, Linera propõe que as forças progressistas devem apostar numa maior audácia para, por um lado, responder com responsabilidade histórica às profundas reivindicações que estão na base do apoio popular e, por outro, neutralizar os novos cantos de sereia da direita. Isto implica em avançar nas reformas sobre a propriedade, os impostos, na justiça social, na distribuição da riqueza e na recuperação dos recursos comuns em favor da sociedade. Só desta forma, começando por resolver as exigências económicas mais básicas da sociedade e avançando na democratização real, sugere Linera, a extrema direita poderá ficar novamente confinada aos seus nichos.
Leia a íntegra na Jacobina.
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