Ricardo Mello é ex-comandante da Rota e ex-presidente da Ceagesp no governo Bolsonaro e já defendeu abordagens policiais diferentes para moradores de bairros ricos e da perfiferia
O coronel aposentado da Polícia Militar (PM) Ricardo Mello Araújo, ex-comandante da Rota (a tropa de elite da PM paulista) e ex-presidente da Ceagesp no governo Jair Bolsonaro (PL), indicado pelo PL - partido de Jair Bolsonaro - para ser vice na chapa encabeçada pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), aponta que a escolha está intimamente ligada ao alinhamento do ex-PM com as concepções ideológicas do próprio Bolsonaro.
Segundo o jornal O Globo, Mello já usou as redes sociais para levantar dúvidas sobre o processo eleitoral, apoiar o impeachment de ministros do Supremo Tribunal federal (STF), além de manifestar de forma contrária à política de isolamento durante a pandemia de Covid-19 e o passaporte da vacina.
Segundo a reportagem, “o nome de Mello Araújo foi levado a Nunes pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, nesta segunda-feira. Trata-se de uma escolha pessoal de Bolsonaro e que não necessariamente será acatada pelo prefeito. Outras três opções também estão sendo levadas em conta: Sonaira Fernandes (secretária da Mulher do governo Tarcísio de Freitas), Tomé Abduch (deputado estadual por São Paulo) e Raquel Gallinati (ex-presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo).
Gallinati é o nome preferido pelo diretório municipal do PL e pelo próprio prefeito, que planeja realizar uma pesquisa qualitativa nas próximas semanas para avaliar todas as alternativas.
Após a reunião, Valdemar disse por meio de nota que o nome do ex-PM “foi muito bem-aceito”, mas que ainda não existe uma definição sobre quem será o vice na chapa de reeleição de Nunes. “Vou levar o resultado da conversa (com Nunes) para o Bolsonaro e, avançando, o prefeito vai discutir com todos os demais partidos da nossa frente ampla”, ressaltou o presidente do PL.
A inclusão de Mello na chapa é defendida por apoiadores de Bolsonaro, sob o argumento de que sua presença reforçaria o comprometimento do prefeito com questões de segurança pública, considerada uma das fragilidades do pré-candidato do MDB., uma das bandeiras do bolsonarismo.
O histórico do coronel inclui sua passagem como comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), batalhão de elite da Polícia Militar paulista. Quando esteve à frente da Rota, ele afirmou que recomendava aos seus comandados que abordassem os cidadãos da periferia e de bairros ricos de forma diferente. Ele também já se manifestou a favor da extinção da Ouvidoria da polícia.
Durante sua gestão na presidência da Ceagesp, Mello Araújo promoveu a militarização do armazém, nomeando policiais militares para cargos comissionados. Contudo, sua atuação não esteve livre de controvérsias, incluindo conflitos com o Sindicato dos Empregados em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de São Paulo (Sindbast).
Além disso, o coronel enfrenta uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF) por calúnia, relacionada a acusações feitas contra o senador Giordano (MDB-SP) envolvendo uma licitação na Ceagesp. O caso ainda aguarda julgamento na Justiça Federal.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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