terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Haddad diz que governo está negociando MP da Reoneração com o Congresso e que 'ninguém vai dar murro em ponta de faca'

 "A pior coisa que podemos fazer é frustrar um clima que foi construído no ano passado. Vamos construir a saída juntos", disse o ministro da Fazenda

Fernando Haddad (Foto: Audiovisual / PR)

 O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (22), em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que o governo do presidente Lula (PT) está negociando com o Congresso a medida provisória que trata da reoneração da folha de pagamento e que a expectativa é de que uma decisão sobre o assunto seja alcançada até a próxima semana.

“Na quinta-feira, Lira [presidente da Câmara, Arthur Lira [PP-AL] foi a Brasília para um encontro comigo em que exploramos possibilidades. Se isso não ocorrer nesta semana, na próxima vamos ter uma decisão a esse respeito”, disse Haddad.

”Se vai ter outra medida provisória, outro projeto de lei, sinceramente, estou muito mais preocupado em sentar com os líderes da Câmara e do Senado para discutir um princípio”, ressaltou o ministro em um outro ponto da entrevista. ". 

Ainda segundo Haddad, “a pior coisa que nós podemos fazer, neste momento, é usar um pretexto para frustrar um clima que foi construído no ano passado. Ninguém vai dar murro em ponta de faca. O que nós queremos é sentar e discutir um princípio justo, algo que faça sentido para o país. Vamos construir a saída juntos, como fizemos no ano passado”. "Vamos sentar com as lideranças e discutir isso com liberdade e transparência. São privilégios que precisam ser revistos. Qual a melhor maneira de fazê-lo? O Congresso que vai dizer". 

A medida provisória do governo revogou a desoneração das empresas até 2027, introduzindo uma reoneração gradual da cobrança. Dezessete setores da economia, incluindo comunicação, calçados, call center, confecção e vestuário, construção civil e obras de infraestrutura, foram afetados pela desoneração. Segundo Haddad, a desoneração da folha de pagamento precisa ser revista, por meio do princípio de "gradualidade" presente na reforma tributária aprovada pelo Congresso no ano passado.

“Alguém concorda em eternizar esse privilégio? Nenhum líder me disse que pretendia eternizar esse privilégio para esses 17 setores. Alguém vai pagar por esses 17 setores. Se você está abdicando de uma receita de 17 setores, você vai ter que onerar outros para fechar a conta”, destacou. 

Fonte: Brasil 247

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