"Minha intenção é propor essa tarefa: combater as organizações criminosas mas também proteger a infância", afirmou o procurador-geral da República
Procurador-geral da República, Paulo Gonet afirmou ao jurista Walfrido Warde e ao jornalista Reinaldo Azevedo, no programa 'Reconversa' exibido nesta terça-feira (30), que pretende propor no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) um debate sobre o combate ao crime organizado. "Esse é um problema premente. As soluções têm que ser buscadas imediatamente", classificou.
"Eu vou ter, em breve, a primeira reunião do Conselho Nacional do Ministério Público, que é um órgão que o procurador-geral da República preside. O CNMP reúne todos os ramos do Ministério Público, tem lá representantes da sociedade, do Congresso, do Judiciário, dos ramos do Ministério Público estadual, federal, do trabalho e militar. Ali se torna um fórum de debate dessas instituições que não se confundem, que têm autonomia, são distintas entre si em relação a alguns aspectos. O que eu vou propor é que nós façamos um esforço conjunto para atacar esse problema das organizações criminosas. A vida democrática não depende só do apreço às políticas democráticas, mas também diz respeito à gente poder até sair às ruas, ter tranquilidade, poder eleger o modo como nós vamos ser felizes, como nós vamos viver, sem pressões do medo, espúrias, do egoísmo das outras pessoas. Isso é a destruição do Estado a longo prazo, é gerar uma anomia, porque inclusive as organizações criminosas brigam entre si. Então é o caos. A gente tem que atacar esse fenômeno".
Gonet defendeu uma "atuação transversal" das instituições para combater este problema e disse ser importante combater o crime em todas as suas faces, inclusive na cooptação de menores. "A gente tem que ter uma atuação transversal. Então todas as instituições, unidas, para combater esse mal que são as organizações criminosas, que ameaçam tão gravemente o nosso modo de vida. Nós temos que atuar para coibir a prática no momento em que está acontecendo o crime, mas temos também que punir quem cometeu o crime, nós temos que ver aonde é que está surgindo o lucro, como é que as organizações criminosas estão recebendo esse recurso, o que eles fazem com esse recurso. Vamos estancar a fonte de recursos dessas pessoas. Para isso a gente tem organizações que lidam com aspectos financeiros. Nós temos que ter cooperação internacional para isso. Certas facções criminosas já têm conexões com a máfia".
"Então temos que ter essa atuação, mas não só nesse aspecto criminal. É também uma atuação para que os projetos constitucionais ganhem concretude, e cito de modo mais importante a proteção à infância. Porque se você não promove educação, não promove os valores de uma família bem estruturada, que é capaz de produzir o cidadão que vai buscar o bem, se você não promove condições para que as pessoas não precisem entrar no crime como uma única forma de subsistência, você vai estar combatendo também as organizações criminosas", acrescentou.
"Lá no CNMP a minha intenção é propor essa tarefa: combater as organizações criminosas mas também proteger a infância, porque nossa esperança está ali. Se eles não tiverem perspectivas de um horizonte de vida saudável, vão ser esses pobres do crime, que não vão chegar a superar a infância", finalizou o PGR.
Fonte: Brasil 247
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