Deputada ressaltou que "muitos outros patrões bolsonaristas constrangeram empregados a votar contra Haddad em 2018" e "são tão criminosos quanto os que financiaram o 8 de janeiro"
A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) celebrou, nesta quarta-feira (31), a decisão judicial que condenou o empresário Luciano Hang, proprietário da Havan, a pagar mais de R$ 85 milhões por assédio eleitoral durante as eleições presidenciais de 2018. A condenação, proferida pelo juiz Carlos Alberto Pereira de Castro, da 7ª Vara do Trabalho de Florianópolis, é resultado de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).
A deputada considerou a sentença "exemplar e pedagógica" e ressaltou que pessoas como Hang só compreendem a gravidade da lei quando são impactadas financeiramente. "Condenação judicial de Luciano Hang a pagar R$ 85 milhões por assédio eleitoral aos trabalhadores e trabalhadoras da Havan, em 2018, demorou mais de 5 anos, mas é exemplar e pedagógica. Gente como ele só entende o peso da Lei quando dói no bolso. Muitos outros patrões bolsonaristas constrangeram, ameaçaram e chantageram seus empregados a votar contra Haddad em 18 e, em número ainda maior, contra Lula em 2022. São tão criminosos quanto os que financiaram e atiçaram o golpe de 8 de janeiro. Todos têm de ser responsabilizados e punidos", disse ela.
A decisão judicial, passível de recurso, fundamentou-se na acusação de que Luciano Hang teria coagido seus empregados a votarem em Jair Bolsonaro (PL) em 2018, ameaçando fechar lojas e demitir funcionários em caso de vitória de Fernando Haddad (PT), adversário na eleição presidencial daquele ano. O empresário foi acusado de promover campanhas políticas dentro da empresa, envolvendo os funcionários em "atos cívicos" e constrangendo-os a participar de enquetes internas.
O Ministério Público do Trabalho alegou que Hang, valendo-se de sua posição como empregador, impôs sua opinião política aos trabalhadores, vinculando a manutenção dos empregos a práticas humilhantes e vexatórias, como pesquisas eleitorais obrigatórias sem respaldo legal.
Em sua resposta à decisão, Luciano Hang classificou a medida como "absurda" e argumentou que as diversas perícias realizadas durante o processo não comprovaram irregularidades. O empresário afirmou que o juiz seguiu sua própria ideologia, colocando-o novamente como "bandido".
O valor da condenação, estimado em mais de R$ 85 milhões, está sujeito a alterações, e a sentença determina seu cumprimento dez dias após o esgotamento de todos os recursos. Além disso, Havan e Luciano Hang são obrigados a se absterem de tentar influenciar o voto de seus funcionários, conforme estipulado na decisão judicial.
Fonte: Brasil 247
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