segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Fracasso da tentativa de golpe não minimiza sua gravidade, diz Barroso

 Presidente do STF defende punição para todos os envolvidos

Posse na presidência do ministro Roberto Barroso (Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF)

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, defendeu, em artigo publicado na Folha de S. Paulo nesta segunda-feira, a punição de todos os envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. "Pessoas inconformadas com o resultado das eleições, movidas por agressividade incontrolada, destruíram fisicamente os bens materiais que encontravam, enquanto procuravam destruir simbolicamente a democracia. Se não ganha quem eu quero eu não aceito o resultado e viro a mesa. Foram cenas de primitivismo explícito", escreveu Barroso.


"Embora impressentido, o ataque foi longamente articulado. Começou com a tentativa de desacreditar as instituições, com ofensas a seus integrantes e ameaças de desobediência aos comandos constitucionais. Depois avançou com campanhas de desinformação, discursos de ódio, mentiras deliberadas e teorias conspiratórias. Tanques desfilaram indevidamente na Praça dos Três Poderes", acrescentou, apontando responsabilidade para o ex-presidente Jair Bolsonaro e militares.

"O fracasso da tentativa de golpe de Estado não minimiza a sua gravidade. Houve mentores, financiadores e executores. Aceitar tudo isso com naturalidade e condescendência seria um estímulo a novas aventuras criminosas antidemocráticas. Precisamos, é certo, virar a página. Mas não arrancá-la do livro da história", aponta.

O presidente do STF também aponta um cenário otimista. "Passado um ano, o país vive um processo de reconstrução, de reencontro consigo mesmo. Não me refiro à política ou a um governo. Trata-se da consolidação da crença social de que a democracia tem lugar para todos os que saibam respeitá-la, que discordância não é inimizade e que a verdade não tem dono", escreve Barroso. "Felizmente, a existência das pessoas e das nações é feita de muitos recomeços. De oportunidades que se renovam. A história não é um destino que se cumpre, mas um caminho que se escolhe", finaliza.

Fonte: Brasil 247 com artigo publicado na Folha de S. Paulo

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