Os deputados federais André Fernandes (PL-CE), Clarissa Tércio (PP-PE) e Silvia Waiãpi (PL-AP) são alvos de um inquérito da Procuradoria-Geral da República (PGR) por incitarem os atos terroristas de 8 de janeiro.
Os pedidos de abertura de inquérito, apresentados em janeiro do ano passado, indicavam que postagens feitas pelos bolsonaristas nas redes sociais poderiam configurar incitação pública à prática de crime e ataque à democracia. As publicações foram feitas antes e durante os atos antidemocráticos.
Após meses de impasse, a Polícia Federal (PF) concluiu que houve crime, enquanto a PGR discordou e solicitou o arquivamento. Os três parlamentares negam as acusações.
Atualmente com 26 anos, André Fernandes foi o deputado federal mais votado do Ceará nas eleições de 2022. Iniciando sua carreira política em 2018 como deputado estadual, tornou-se o mais jovem no cargo e é um fervoroso apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Seu mandato é marcado por diversas representações, incluindo acusações de calúnia, injúria e propagação de informações falsas.
Em 2019, o então governador do Ceará, Camilo Santana, entrou com uma representação criminal contra o deputado bolsonarista, sob acusação de calúnia, difamação e injúria, mencionando o uso de suas redes sociais para propagação de notícias falsas.
No ano seguinte, o Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará acionou o Ministério Público para investigar possíveis irregularidades em publicações do parlamentar, que compartilhava informações falsas sobre a pandemia de Covid-19. Ainda em 2020, Fernandes foi suspenso por quebra de decoro parlamentar.
Em 2021, foi alvo de uma ação do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) por suposta prática de nepotismo. Segundo as investigações, o parlamentar teria indicado dois parentes para cargos no seu gabinete na Assembleia Legislativa.
Já em 2022, foi condenado a pagar uma indenização de R$ 50 mil por ataques machistas à jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo.
Clarissa Tércio (PP-PE):
Clarissa Tércio, de 34 anos, iniciou sua carreira política como deputada estadual pelo PSC em 2018. Em agosto de 2020, Clarissa ficou conhecida nacionalmente por liderar um grupo que se aglomerou em frente a um hospital em Recife (PE) para impedir o aborto legal de uma menina de 10 anos, que engravidou após ser estuprada.
No mesmo ano, a bolsonarista foi condenada pela Justiça a pagar R$ 10 mil por transfobia e uso indevido de imagem ao expor o casal transexual Rodrigo Brayan da Silva e Ellen Carine Martins nas redes sociais.
Durante a pandemia, a deputada compartilhou publicações contra a vacina e defendeu o uso da cloroquina no tratamento da Covid-19, mesmo com a ineficácia comprovada cientificamente.
Após as eleições de 2022, a parlamentar começou a utilizar suas redes sociais para fomentar a expectativa de uma ação das Forças Armadas contra o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Silvia Waiãpi (PL-AP):
Eleita deputada federal pelo Amapá em 2022, Silvia Waiãpi foi a primeira mulher indígena a entrar no Exército em 2011.
Em 2018, foi uma das quatro mulheres integrantes do grupo de transição de Bolsonaro, e posteriormente, ocupou um cargo no Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR), vinculado ao antigo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
Nas eleições de 2022, Waiãpi foi a deputada federal eleita com o menor número de votos no Brasil, obtendo 5.435 votos.
Fonte: DCM
Nenhum comentário:
Postar um comentário