A manutenção do diretor-geral, Andrei Rodrigues, no cargo indica harmonia, estabilidade e independência da PF durante a gestão Lewandowski, dizem policiais
A nomeação de Ricardo Lewandowski para o cargo de ministro da Justiça foi bem recebida pela Polícia Federal, que vê com bons olhos a manutenção de Andrei Rodrigues como diretor-geral da corporação. Segundo Bela Megale, do jornal O Globo, o gesto é considerado essencial para estabelecer uma relação harmoniosa e estável no comando da pasta, marcada por frequentes mudanças sob o governo Bolsonaro, que impactavam diretamente o funcionamento da PF. A posse de Lewandowski está marcada para o dia 1º de fevereiro.
Para os investigadores que lidam com inquéritos delicados, especialmente os envolvendo políticos e autoridades com foro privilegiado, a experiência de Lewandowski como ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) é vista como uma garantia de familiaridade com as investigações e a promessa de manter a independência conferida por Flávio Dino, ainda ministro da Justiça. A proximidade de Lewandowski com a corte e magistrados que cuidam de casos sensíveis, como Alexandre de Moraes, é percebida como um fator positivo para determinadas situações.
A escolha dos nomes para ocupar as secretarias do Ministério da Justiça está sendo monitorada atentamente pelos integrantes da PF, especialmente pela cúpula. O advogado Manoel Carlos de Almeida Neto, futuro número dois da pasta, é visto como conciliador e aberto ao diálogo, sendo bem recebido entre os policiais. No entanto, a indicação de Mário Sarrubbo como futuro secretário nacional de Segurança Pública gerou críticas de entidades de classe da PF. A proposta de criar um "Gaeco nacional", estrutura proveniente do Ministério Público, despertou receios entre os policiais federais, temendo uma eventual submissão a procuradores e promotores. No entanto, a fala de Sarrubbo foi interpretada como uma manifestação pessoal, sem o aval de Lewandowski.
A expectativa dentro da PF é de que o novo ministro seja mais discreto e distante dos holofotes em comparação com seu antecessor, Flávio Dino. Embora as falas do ex-ministro sobre ações e operações policiais tenham sido consideradas "excessivas" em algumas situações, a estratégia auxiliou a PF a evitar pronunciamentos sobre temas delicados, já que Dino centralizava a maioria das pautas.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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