No entanto, a PF encontrou os itens da Abin ainda com o ex-diretor da agência. Além disso, foram encontrados 20 pen drives, que poderiam dar acesso remoto aos sistemas do órgão
Na última quinta-feira (25), a Polícia Federal realizou a apreensão de um notebook e um telefone celular - ambos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) - que estavam em posse do deputado federal Alexandre Ramagem (PL), ex-diretor-geral da agência. O fato de Ramagem ainda ter os itens chamou a atenção dos policiais federais, já que ele deixou o órgão em 2022.
Segundo informou a Abin ao Metrópoles, a devolução dos equipamentos é parte do protocolo padrão de desligamento de qualquer integrante da agência. No entanto, o deputado admitiu em entrevista à GloboNews que os dispositivos continuavam sob sua posse, alegando falta de uso nos últimos três anos. A agência afirmou que consta em seus registros a devolução do computador e do celular destinados a Ramagem. Uma apuração interna da Abin agora busca esclarecer como o parlamentar manteve a posse dos equipamentos após sua exoneração. Os responsáveis pela investigação avaliarão a possibilidade de abrir um processo formal caso haja indícios de irregularidades.
No processo de desligamento da Abin, é praxe que o agente passe por uma entrevista e devolva todos os equipamentos catalogados, com um código identificador para cada um. A resistência ou a não devolução desses itens pode resultar em sindicância e comunicação a outros órgãos, impedindo o ex-membro de assumir novos cargos governamentais enquanto a pendência persistir.
Além dos computadores, agentes da Abin costumam receber celulares e pen drives criptografados. No caso de Ramagem, foram apreendidos 20 pen drives - pen drives da Abin podem dar acesso ao sistema interno da agência, contendo senhas de acesso a sistemas, inclusive remotamente. Não se sabe, porém, se algum dos pen drives encontrados com Ramagem pertence à agência e se tem as características de chave de acesso.
A Abin assegura que todas as senhas e acessos relacionados a Ramagem foram bloqueados após sua saída. No entanto, agentes observaram uma situação incomum: e-mails do ex-diretor-geral e de outros policiais federais ligados à chamada "Abin paralela" ainda estão presentes nos sistemas internos, despertando estranhamento pela permanência dessas contas após exonerações.
Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles
Nenhum comentário:
Postar um comentário