Anderson Torres, à época secretário de Segurança do Distrito Federal, teve seu veículo, uma Pajero Full, monitorado ilegalmente pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em 2019. A ordem para a espionagem foi emitida por Alexandre Ramagem, que chefiava a Abin na época.
Os detalhes sobre a operação contra Torres estão entre os 120 gigabytes de documentos recuperados no sistema da Abin pela Controladoria-Geral da União (CGU).
A CGU entregou esse conjunto de arquivos, incluindo oito gigabytes de materiais impressos por agentes da agência, à Polícia Federal. Esses documentos subsidiaram a operação que teve Ramagem como um dos alvos da investigação que ocorreu na quinta-feira (25).
Um dos documentos revela uma mensagem de WhatsApp atribuída a Ramagem, ordenando aos agentes da Abin que descobrissem quem era o motorista da Pajero Full que compareceu a um jantar na Residência Oficial da Presidência da Câmara, ocupada por Rodrigo Maia no primeiro ano do governo Bolsonaro. Outro arquivo, com os resultados da espionagem, indica que Torres estava conduzindo o veículo.
Alvos do monitoramento ilegal suspeitam que o jantar ocorreu em outubro de 2019, durante a disputa entre Bolsonaro e Luciano Bivar pelo comando do PSL. Na época, lideranças do partido foram à casa de Maia para discutir a possibilidade de fundi-lo ao DEM.
A jornalista Ana Flor revelou que a Abin monitorou ilegalmente pessoas ligadas aos filhos de Bolsonaro. Torres, próximo a Eduardo Bolsonaro e amigo do senador Flávio Bolsonaro, pertencia a uma ala da Polícia Federal que divergia do grupo de Ramagem na corporação.
Torres assumiu o Ministério da Justiça em abril de 2021, após a saída de André Mendonça para o STF. A defesa de Anderson Torres afirmou que “não tem conhecimento destes fatos oficialmente” e que, “se necessário, oportunamente se manifestará nos autos”.
Fonte: DCM
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