A PF apura se o veículo foi usado para ocultar provas após a família Bolsonaro ser alvo de uma operação que investiga um esquema de espionagem ilegal da Abin
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) negou nesta quarta-feira (31), em Brasília (DF), que pretendia ocultar provas com o "sumiço" de um jet ski usado pela família durante a operação da Polícia Federal (PF), na última segunda-feira (31), que mirou o vereador do Rio de Janeiro (RJ) Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Policiais federais investigam suspeita de espionagem ilegal feita pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Jair Bolsonaro (PL). O esquema ficou conhecido como 'Abin pararela'.
De acordo com o senador, Jair Bolsonaro e os filhos políticos estavam pescando quando houve busca e apreensão na residência da família, em Angra dos Reis (RJ). Eles utilizaram dois jet skis. Um deles não retornou ao local. A PF investiga se o veículo foi utilizado para ocultar provas. Também foi usada uma lancha.
"Eu não voltei para a residência porque estava em um jet ski que não era meu e fui devolver. Depois fui para um almoço e voltei (para a casa). Do jeito que as coisas estão hoje, daqui a pouco tem uma busca e apreensão tendo o senador Flávio Bolsonaro como alvo por causa de uma maluquice. Ninguém está escondendo prova. Ninguém tem medo de ser investigado. Só não queremos sacanagem, não queremos perseguição", afirmou o parlamentar durante entrevista coletiva com outros senadores de oposição ao governo federal.
Na Operação Vigilância Aproximada, da Polícia Federal, investigadores apreenderam três notebooks, 11 computadores e quatro celulares em endereços ligados ao vereador Carlos Bolsonaro. De acordo com a PF, a Abin tentou favorecer familiares de Bolsonaro. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou que "a organização criminosa infiltrada" na ABIN usou "métodos ilegais para a realização de ações clandestinas direcionadas contra pessoas ideologicamente qualificadas como opositoras".
O magistrado disse que o objetivo dos participantes do esquema era "'obter ganho de ordem política posto que criavam narrativas para envolver autoridades públicas de extrato politico oposicionista da então situação'". Moraes também lembrou que a Abin foi usada na gestão bolsonarista para monitorar o caso Marielle Franco, ex-vereadora do Rio de Janeiro assassinada em 2018. Cerca de 30 mil pessoas foram monitoradas, informou o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, no começo do mês.
Fonte: Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário