A seção
paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PR) pediu hoje que o deputado
Ademar Traiano se afaste da presidência da Assembleia Legislativa. O pedido é
baseado na informação de que Traiano e o ex-deputado Plauto Miró (União Brasil)
fecharam acordo de não persecução penal como o Ministério Público do Paraná
para não responderem criminalmente ao confessarem terem recebido propina da TV
Icaraí para manter contrato de operação da TV Assembleia, em 2015. O acordo foi
revelado na defesa do deputado estadual Renato Freitas (PT) em processo no
Conselho de Ética da Assembleia aberto a pedido do presidente da Casa, que
acusa o petista de quebra de decoro por tê-lo chamado de corrupto em uma
discussão na sessão de 9 de outubro.
No documento encaminhado pela
entidade a Traiano, a OAB afirma que a revelação de que ele “firmou no ano
passado um acordo de não persecução penal relativo a caso de corrupção
relacionado ao cargo que ocupa, abalou significativamente o prestígio dessa Casa
de Leis, o que demanda ações concretas e efetivas para o restabelecimento da
dignidade do Poder Legislativo paranaense”.
“É imperioso destacar que,
além do dever de probidade inerente a todos os agentes públicos, subsiste o
dever de emanar uma imagem irretocável de integridade. A mera sugestão de
comprometimento dessa integridade é suficiente para abalar as estruturas de qualquer
agente político. Em circunstâncias tais, impõe-se a renúncia de cargos de
liderança e representação”, defende a ordem.