Assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, já afirmou que a política externa brasileira terá como foco em 2024 os países africanos
Lula e Janja (Foto: Ricardo Stuckert)
Sputnik - Até a metade da segunda década do século 21, Brasil e África viveram os anos dourados de suas relações, com intensa cooperação econômica e diplomática. Uma das marcas do período foi a expansão de empresas brasileiras em todo o continente africano, com grandes projetos de infraestrutura, alimentação e até de saúde.
Em 2013, o comércio bilateral atingiu um dos melhores momentos, quando alcançou a cifra de quase US$ 30 bilhões (R$ 147 bilhões). Mas o que aconteceu nos anos seguintes?
Brasil e continente africano: laço cultural muito forte - Separados por um oceano e ligados eternamente pela história colonizadora, a relação entre o Brasil e a África é constante tanto de forma econômica quanto social e, como qualquer relação, teve altos e baixos. Em um passado recente, a intensa integração chegou a ser vista como uma ameaça pela União Europeia (UE), que temia perder sua influência para Brasília.
Prova disso foi que em 2010 uma única empresa brasileira chegou a empregar quase 30 mil funcionários no continente africano: a Odebrecht, que à época teve uma receita de R$ 2 bilhões.
A crise financeira e política pela qual o Brasil passou a partir de 2015, porém, também afetou drasticamente a cooperação com o território. Tanto que no ano passado, o comércio entre Brasil e África foi um terço do registrado há nove anos, conforme o governo federal.
Parte disso se deve à política externa conduzida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que sequer viajou a algum país do continente africano durante o seu mandato.