sábado, 19 de agosto de 2023

A relação “bomba relógio” entre Mauro Cid e Michelle Bolsonaro

 Mauro Cid é investigado como o operador do esquema envolvendo a venda de jóias que deveriam ser destinadas ao acervo da presidência

Michelle, Jair Bolsonaro e Mauro Cid (Foto: Carla Carniel/Reuters | Alan Santos/Presidência da República)

No centro de um escândalo envolvendo a venda de jóias que deveriam ser destinadas ao acervo da presidência, Mauro Cid, investigado como o operador do esquema, tinha uma relação ruim com Michelle Bolsonaro. “O tenente-coronel Mauro Cid era o principal homem de confiança de Jair Bolsonaro, mas não gozava da mesma prerrogativa com Michelle. A relação entre ambos, que sempre foi ruim, chegou à pior fase. A portas fechadas, Michelle coloca em Cid a culpa da crise das jóias e de grande parte do inferno astral da família com a Polícia Federal”, informa a jornalista Bela Megale, em sua coluna no O Globo.

“Ex-ministros de Bolsonaro relataram que Michelle sempre deixou claro que não gostava de Cid e nunca se dirigia a ele. Questionados pelo motivo, três ex-integrantes do governo passado limitaram-se a dizer que ela tem um temperamento difícil e que e fechada”, acrescenta.

Bolsonaro indica estar ciente de que pode ser preso: "sei dos riscos que corro em solo brasileiro"

 Após negar ordem para venda de joias, ex-presidente recebe homenagem na Assembleia de Goiás e fala em 'momentos difíceis' do país

Jair Bolsonaro na Assembleia Legislativa de Goiás - 18.08.2023 (Foto: Reprodução)

O ex-presidente Jair Bolsonaro, que vê o cerco da Justiça se apertar contra ele com o avanço das investigações sobre vendas de joias e presentes oficiais, afirmou nesta sexta-feira (18) estar preocupado com sua segurança no Brasil. 

"Sei dos riscos que corro em solo brasileiro, mas não podemos ceder", disse Bolsonaro na Assembleia Legislativa de Goiás, um dia depois de revelações de dois ex-colaboradores terem lançado luz sobre suas situações problemáticas em investigações conduzidas pela Polícia Federal e pelo Supremo Tribunal Federal.

Reuters: o cerco sobre Bolsonaro está se fechando

 Uma das principais agências de notícias do mundo destaca os crimes cometidos por Jair Bolsonaro e a possibilidade de que ele seja preso

Ex-presidente Jair Bolsonaro no aeroporto de Brasília 30/06/2023 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

BRASÍLIA, 18 de agosto (Reuters) – O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro enfrenta crescente pressão lega, à medida que a polícia investiga suas finanças pessoais e comunicações, enquanto um ex-assessor preso considerava testemunhar sobre seu papel em um esquema de venda de Rolex supostamente idealizado pelo ex-presidente.

Bolsonaro, um ex-capitão do exército de extrema-direita, escapou por pouco da reeleição no ano passado, quando perdeu para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na votação mais conturbada do Brasil em uma geração. As alegações infundadas de Bolsonaro sobre fraude eleitoral culminaram na invasão de prédios do governo por seus apoiadores em 8 de janeiro, e seus problemas legais se multiplicaram desde então.

O ex-presidente enfrentou uma investigação congressual em torno da insurreição de 8 de janeiro e várias investigações policiais supervisionadas pelo Supremo Tribunal Federal. Pelo menos dois de seus aliados próximos que falaram à Reuters nesta semana se perguntaram se ele poderia em breve acabar atrás das grades.

"Claramente, o cerco está se fechando", disse uma fonte do Supremo Tribunal à Reuters, falando sob condição de anonimato.

Metrópoles divulga comprovantes de pagamentos da equipe de Zambelli ao hacker Delgatti

Extrato bancário do Cora e transferências via Pix revelam pagamentos suspeitos a Walter Delgatti, o hacker por trás de plano golpista envolvendo Jair Bolsonaro

Walter Delgatti e Carla Zambelli (Foto: Reprodução (Twitter))

A Polícia Federal (PF) divulgou recentemente uma peça crucial de evidência em seu inquérito sobre o suposto plano golpista envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, com a deputada federal Carla Zambelli no epicentro das investigações. Um extrato do banco digital Cora, obtido com exclusividade pelo Metrópoles, revelou uma série de transações financeiras via Pix que lançam luz sobre os pagamentos feitos a Walter Delgatti, o hacker que alega ter participado do plano. O extrato, entregue por Delgatti aos investigadores, aponta quatro transferências de dinheiro feitas por pessoas próximas à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que supostamente intermediava o plano. Este plano incluía a invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com o objetivo de descredibilizar as eleições e o sistema judicial brasileiro, resultando em um mandado de prisão contra o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.