O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, participou de uma
audiência nas comissões de Fiscalização Financeira e de Segurança da Câmara dos
Deputados e detonou parlamentares de extrema-direita. Nikolas Ferreira (PL-MG)
levou uma invertida ao dizer que ele seria um dos críticos de temas como
“apropriação cultural”.
“Quem ouve o deputado falar pensa até que ele gosta da
verdade. É um negacionista, alguém que não se curva aos fatos. Se se curvasse
aos fatos, saberia que eu nunca mencionei nada sobre esses espantalhos, como
apropriação cultural, sobre brancos fazerem coisas. São coisas que eu nunca
disse, nunca escrevi”, afirmou o ministro.
Ele ainda ironizou os ataques sofridos por bolsonaristas após anunciar
visitas a presídios em julho deste ano, na “Caravana de Direitos Humanos”, e
afirmou que, quando o projeto foi divulgado, foi acusado até de promover
“rolezinhos” por centros de detenção.
“Acho curioso também o senhor se preocupar com prisão,
porque me lembro que quando iniciei o projeto de olhar para as condições do
sistema carcerário muitos dos senhores começaram a dizer que eu ia ‘fazer
rolezinho’ nas prisões”, prosseguiu.
Ele ainda disse que os parlamentares
aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro “se somaram na luta pela dignidade do
sistema prisional” após a prisão de bolsonaristas. “Eu chamaria isso de
hipocrisia”, completou.
Outro deputado que levou invertida de Silvio Almeida foi Kim Kataguiri
(União-SP). O ministro também afirmou que o parlamentar é de extrema-direita e
criticou seu modus operandi nas redes sociais. “O senhor faz cortes para dizer
que venceu o debate. O grupo ao qual o senhor pertence é responsável pela
deterioração do debate público no Brasil”, afirmou.
Almeida ainda respondeu às críticas feitas por Kataguiri
ao seu trabalho e afirmou que ele não tem o “menor conhecimento” sobre as
políticas de sua pasta. “Se o senhor acha que há alguma coisa de errado com as
condutas que são tomadas pelo ministério, tome as providências cabíveis. Caso
contrário, o senhor estará prevaricando”, prosseguiu.
O ministro ainda se solidarizou com o
Padre Julio Lancelotti pela perseguição
do ex-MBL e vereador de São Paulo Rubinho Nunes (União). “Gostaria de aproveitar esse momento, eu quero franquear
minha solidariedade com o Padre Julio Lancelotti, que tem sido vítima de
ataques covardes por parte de um ex-membro do seu grupo”, afirmou.
Fonte: DCM
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