quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Trabalhadores argentinos avisam que não ficarão “de braços cruzados” face ao plano econômico de Milei

 "Não estamos diante de um plano econômico, estamos diante de medidas desordenadas de ajuste", sustentou a CGT

(Foto: Victoria Gesualdi/Telam)

Télam - A CGT (Confederação Geral do Trabalho) afirmou nesta quarta-feira (13) que as medidas anunciadas pelo presidente argentino, Javier Milei, "não atingem a denominada casta, como prometido na campanha, mas recaem sobre o povo" e "vão dinamitar o poder aquisitivo dos salários", advertindo que não vai ficar "de braços cruzados".

"Não estamos diante de um plano econômico, estamos diante de medidas desordenadas de ajuste", sustentou a central sindical, que realizou uma reunião de emergência ante as medidas anunciadas pelo ministro da Economia, Luis Caputo, que incluem a desvalorização do peso, cortes na administração pública e redução de subsídios.

O co-titular da CGT Héctor Daer afirmou que a central sindical "vai acompanhar com tudo o que for necessário todos os setores que se sentirem prejudicados" pelas políticas do Governo de Javier Milei, embora tenha esclarecido que ainda não falaram sobre "medidas de força".


Após uma reunião da CGT, o dirigente disse que ainda não tem "interlocutor no Governo" e que "ainda não sabemos para onde vamos", pois "até agora só nos disseram que vai haver ajuste" através de umas "medidas de uma vagueza absoluta".

O encontro ocorreu na sede da União Operária da Construção (Uocra), localizada na avenida Belgrano 1800, informaram porta-vozes sindicais à Télam.

"Isso é um tsunami total no social e algo similar nos aspectos financeiros e econômicos para o país", disse Gerardo Martínez, da Uocra.

Antes do encontro, Omar Plaini, do Sindicato dos Jornaleiros, havia adiantado que iriam analisar "o que vai acontecer agora com as paritárias, com os aposentados, com o trabalho dos argentinos" e lembrou que Milei "fez toda a campanha com a motosserra, então ninguém pode se surpreender hoje".

Por sua parte, o secretário-geral do sindicato dos judiciários, Julio Piumato, disse à Télam: "Já justificaram o preço do dólar, justificaram as tarifas, agora queremos que justifiquem os salários dos trabalhadores ativos e de nossos aposentados".

Enquanto isso, após os anúncios econômicos, o titular da Uocra, Gerardo Martínez, opinou: "Isso é um tsunami total no social e algo similar nos aspectos financeiros e econômicos para o país".

O principal representante dos trabalhadores da construção antecipou que a CGT incluirá em sua reunião os seus assessores econômicos para "avaliar os detalhes dos anúncios de Caputo e ter um roteiro com leituras claras e contundentes, porque tudo nos parece impreciso, embora muito preocupante".

Por sua vez, em declarações à imprensa, o líder da União dos Trabalhadores Gastronômicos, Luis Barrionuevo, afirmou: "Estamos diante de um duro ajuste". 

O histórico dirigente pediu que a CGT seja consultada sobre as medidas econômicas: “Os que têm que opinar são os rapazes da CGT. Sou verticalista e acato o que disser o movimento operário. Vem aí uma recessão galopante, sem dúvida alguma”, afirmou.

Fonte: Brasil 247 com informações da Agência Télam

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