Resolução política do partido, que deve ser aprovada nesta sexta, fala na necessidade de "conscientização e mobilização daqueles e daquelas que representamos e defendemos"
Nesta sexta-feira (8), lideranças do PT planejam aprovar uma resolução política que critica a "influência desmedida" do Centrão sobre o governo do presidente Lula (PT) e o Legislativo. A resolução também aborda o conceito de "austericídio fiscal" e argumenta que questões como segurança pública e o papel das Forças Armadas não devem ser consideradas "tabus", informa o Estado de S. Paulo. Apesar de uma avaliação positiva do primeiro ano do governo, o PT defende com urgência uma alteração na correlação de forças que atualmente domina o cenário político durante o terceiro mandato.
A proposta de resolução, apresentada pela corrente majoritária no PT, Construindo um Novo Brasil (CNB), ainda pode ser ajustada durante a reunião do Diretório Nacional, que ocorrerá antes da abertura da Conferência Eleitoral do partido pelo presidente Lula, principal integrante da CNB.
Esse posicionamento do PT acontece em meio às discussões de Lula sobre possíveis mudanças nos ministérios. Presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) é uma das vozes mais firmes contra as ações do Centrão, que busca pressionar o Palácio do Planalto por concessões de cargos e aumento de emendas parlamentares destinadas ao grupo.
A proposta de resolução apresentada pela CNB diz que "as forças conservadoras e fisiológicas do chamado Centrão, fortalecido pela absurda norma do orçamento impositivo num regime presidencialista, exercem influência desmedida sobre o Legislativo e o Executivo, atrasando, constrangendo e até tentando deformar a agenda política vitoriosa na eleição presidencial. (...) É urgente, no entanto, nos organizarmos politicamente para alterar esta correlação de forças, o que só se dará pela conscientização e mobilização daqueles e daquelas que representamos e defendemos".
O texto também não poupa o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A ala do partido destaca que o Brasil tem reservas internacionais de US$ 350 bilhões e que não faz sentido, neste cenário, “a pressão por arrocho fiscal exercida pelo comando do BC, rentistas e seus porta-vozes na mídia e no mercado. (...) O Brasil precisa se libertar, urgentemente, da ditadura do BC ‘independente’ e do austericídio fiscal, ou não teremos como responder às necessidades do país. (...) O PIB só não foi maior por causa da deletéria política de juros do Banco Central ‘independente’. (...) Indicado por Jair Bolsonaro e pelo igualmente deletério ex-ministro Paulo Guedes, o ainda presidente do BC, Roberto Campos Neto, mantém com seus diretores a maior taxa de juros do planeta, sem que haja nenhuma justificativa plausível para essa barbaridade".
Já sobre 2024 e as eleições municipais, o partido fala em enfrentar a extrema direita e "organizar e consolidar a base popular necessária para mudar a correlação de forças políticas e mudar o Brasil”.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo
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