Pedido será encaminhado a um juiz penal que tomará as medidas para a abertura do processo
A promotoria da Bolívia acusou na terça-feira (26) o governador de Santa Cruz e principal líder da oposição, Luis Fernando Camacho, como autor, e a ex-presidente Jeanine Áñez, como cúmplice, de forçar a renúncia do presidente Evo Morales em 2019 durante o processo de golpe de Estado naquele ano, informou a agência Télam.
"Conseguiu-se identificar que a conduta [de Camacho] se enquadra na comissão dos delitos de financiamento ao terrorismo, suborno ativo, traição de tropas, incitação pública a delinquir e associação criminosa", disse o promotor Omar Mejillones em conferência de imprensa.
Empresário de 45 anos e governador de Santa Cruz, bastião da oposição de extrema direita, Camacho foi detido em 28 de dezembro de 2022, após a denúncia de promover um "golpe de estado" contra Morales.
O líder da oposição, naquela época, presidia o comitê cívico de Santa Cruz e pediu publicamente a renúncia de Morales, após acusá-lo de promover uma fraude eleitoral naquele ano para permanecer no governo até 2025.
Camacho anunciou então que iria até os escritórios de Morales para que ele assinasse uma carta de renúncia, e que a levaria na mão esquerda e a Bíblia na mão direita. Segundo ele, a administração daquela época governava distante dos princípios bíblicos.
O governador chegou a La Paz em 10 de novembro de 2019, mas Morales já havia renunciado na região cocalera do Chapare, e dias mais tarde partiria para o México. Áñez assumiria dias depois a presidência.
Sobre a ex-presidente, o promotor Mejillones informou que é acusada como "cúmplice".
Áñez cumpre desde junho de 2022 outra sentença de 10 anos de prisão pelo delito de descumprimento de deveres e resoluções contrárias à Constituição.
O promotor explicou que o principal delito pelo qual se acusa Camacho é o de terrorismo e que, por esse motivo, se pede a pena de 20 anos de prisão. Sobre Áñez, esclareceu que a pena será menor, por ser cúmplice.
Os delitos na Bolívia não são acumulativos.
Mejillones explicou que o pedido será encaminhado a um juiz penal que tomará as medidas para a abertura do processo.
Fonte: Brasil 247 com informação da Agência Télam
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