segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Presidente da segunda maior empresa de etanol do País vê o Brasil como a "nova Arábia Saudita"

 Bruno Serapião, da Atvos, também abordou o papel potencial do etanol brasileiro na transição para veículos elétricos

Plantio de cana de açúcar (Foto: Elza Cruz / Agência Brasil)

Durante a COP28 realizada na semana passada em Dubai, um evento que concentrou esforços globais na busca de soluções para reduzir emissões de carbono e combater as mudanças climáticas, Bruno Serapião, CEO da Atvos, destacou o papel fundamental do Brasil no cenário dos biocombustíveis. A Atvos, a segunda maior produtora de etanol do Brasil, evidencia a importância crescente do etanol como alternativa sustentável aos combustíveis fósseis. Em entrevista ao jornal O Globo, Serapião discutiu a competitividade do Brasil na produção de biocombustíveis e as estratégias da Atvos para promover o uso sustentável da terra na indústria. A empresa, anteriormente conhecida como Odebrecht Agroindustrial, passou por uma recuperação judicial complexa, iniciada em 2019, e agora sob a liderança do fundo Mubadala de Abu Dhabi, busca se estabelecer como uma plataforma global de biocombustíveis.


O CEO detalhou as transformações da Atvos, incluindo a redução de sua dívida de R$ 12 bilhões para R$ 6 bilhões e a participação majoritária do fundo Mubadala. Ele ressaltou os investimentos recentes da empresa em ampliação e reforma dos canaviais, visando aumentar a produção de etanol e açúcar, e destacou a produção de energia a partir de biomassa e créditos de descarbonização (CBios). Com oito unidades produtivas e cerca de 10 mil funcionários, a Atvos está também investindo em biogás e planeja entrar no mercado de Combustível Sustentável de Aviação (SAF).

Serapião também abordou o papel potencial do etanol brasileiro na transição para veículos elétricos, enfatizando a menor pegada de carbono dos veículos movidos a etanol em comparação com os elétricos, especialmente considerando a produção de baterias. Ele sugeriu que o Brasil deveria exportar tecnologia de carros flex para países de renda média e baixa e propôs uma aliança entre Brasil, EUA e Índia para promover o etanol como uma commodity global. Além disso, comentou sobre a sustentabilidade do agronegócio brasileiro, defendendo a legislação ambiental do país e condenando práticas ilegais como desmatamento e exploração de trabalho.

A participação de Serapião na COP28 foi focada em destacar a capacidade do Brasil em fornecer etanol de maneira sustentável e a necessidade de combater práticas ilegais no agronegócio. Este posicionamento reflete a crescente importância do etanol e outros biocombustíveis no contexto global de combate às mudanças climáticas e na transição energética.

Fonte: Brasil 247 com entrevista no  jornal O Globo

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