sábado, 9 de dezembro de 2023

"Os governos com superciclos de commodities não fizeram o que Lula conseguiu fazer”, diz Horta sobre resultado do PIB

 O historiador Fernando Horta lembrou que a gestão Bolsonaro não obteve resultados significativos na economia, mesmo antes da pandemia

Fernando Horta, Lula e Bolsonaro (Foto: Divulgação | Ricardo Stuckert | REUTERS/Adriano Machado)

O historiador Fernando Horta analisou o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro que subiu 0,1% no terceiro trimestre de 2023 ante o trimestre anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com igual período de 2022, houve alta de 2,0%.

O PIB subiu mais que o esperado no terceiro trimestre, voltou ao maior patamar da série histórica e opera 7,2%, acima do pré-pandemia.

Enquanto a mídia corporativa e o mercado atribuem o resultado econômico ao acaso de superciclos de commodities, Horta aponta que essa tese não se sustenta ao comparar períodos similares em governos anteriores, ressaltando a eficácia das políticas implementadas durante a gestão do presidente Lula.

“O mercado diz que o presidente Lula tem sorte porque os superciclos das commodities acabaram ajudando o presidente no primeiro e segundo mandato. Ora, nós tivemos vários governos com superciclos de commodities e que não fizeram efetivamente um terço ou um quinto do que o presidente Lula conseguiu fazer”, argumentou.

Horta fez um contraponto com a gestão Bolsonaro, que também desfrutou de um superciclo de commodities, mas sem resultados significativos na economia, mesmo antes da pandemia. O historiador argumenta que o sucesso do crescimento atual se deve, em parte, ao desempenho do agronegócio e aos gastos governamentais, especialmente pela implementação da PEC da transição, que impulsionou a economia.

“O próprio governo Bolsonaro, de 2018 a 2020, viveu um superciclo de commodities e eu aponto até 2020 porque é exatamente antes da pandemia para não comparar com a performance econômica na pandemia que não seria justo. Mas mesmo antes da pandemia o Bolsonaro era um desastre na economia como efetivamente foi”, afirmou.


Horta manifestou reservas quanto à reforma tributária e destacou a persistência do sistema tributário desigual, penalizando os mais pobres e favorecendo os mais ricos. Ao enfatizar que os gastos governamentais estratégicos têm um papel crucial no desenvolvimento do país, Horta expressa ceticismo sobre a viabilidade de uma expansão similar no próximo ano, considerando as restrições previstas pelo ministro da Economia, Fernando Haddad. No entanto, ele mantém uma esperança cautelosa de que os investimentos possam sustentar um crescimento econômico continuado.

“O problema é que para o ano que vem muito provavelmente a gente não vai ter essa quantidade de dinheiro para gastar por conta do arcabouço fiscal, que o próprio ministro aprovou. Então, ele está de antemão dizendo que não vamos crescer com gasto do governo, mas vamos crescer com investimentos diretos da iniciativa privada. Assim espero. Tomara que o ministro esteja correto”, concluiu.

Fonte: Brasil 247

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