A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro criticou a indicação do ministro da Justiça, Flávio Dino, ao Supremo Tribunal Federal (STF), em discurso neste sábado, 2. Em evento do PL Mulher no Rio Grande do Norte, ela afirmou que “não existe comunista cristão” e disse que Dino é um “lobo em pele de cordeiro”. Michelle ainda reproduziu a informação enganosa de que o ministro teria dito que segue o que Lenin pregava, o que incluiria “destruir a família e a espiritualidade”.
No discurso, a
ex-primeira-dama afirmou que seus adversários políticos disseminam “ideologias
malignas” e são “pessoas do mal, sim”. Ela opinou que o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva enganou os eleitores cristãos com a indicação de Dino ao STF.
“Sabe o que é enganar? Quando o líder assina um acordo com a igreja e agora
indica um senhor extremamente comunista para o STF. Isso é falso moralismo e
isso é enganar e ludibriar os cristãos”, discursou.
“Aí o senhor
indicado para o STF fala assim: ‘sou comunista, graças a Deus’. Isso é uma
doença. Ele precisa ter a verdade na vida dele. Esse é o papel do pai da
mentira: te enganar, distorcer”, acrescentou.
Michelle
continuou dizendo que Dino “combate a família e os bons costumes”. Em seguida,
ela reproduziu uma fake news sobre o ministro que circulou nas redes sociais
esta semana e foi desmentida pelo Estadão Verifica.
Em um vídeo compartilhado por
usuários no Instagram, Dino afirma que faz o que o líder soviético Vladmir
Lenin recomendava, ou seja, usar o “idiota útil” na linha de frente, incitar o
“ódio de classe” e “destruir a família e a espiritualidade”.
Na
realidade, as frases foram falsamente atribuídas ao russo. O que Dino queria
dizer, e que foi cortado do vídeo que circula nas redes, é que na visão de
Lenin, a recomendação era a “análise concreta da situação concreta”.
Na
sequência, Michelle criticou Dino por publicar uma foto com o arcebispo de
Brasília, Paulo Cezar Costa. Os dois posaram juntos segurando a Bíblia. “Hoje
visitei o Cardeal Dom Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília, que me acolheu
com muita fraternidade, bençãos e palavras de Fé. E me presenteou com uma bela
edição da Bíblia, que estará comigo nos próximos anos”, escreveu o ministro na
postagem.
No discurso, Michelle
afirmou: “Se ele é comunista, ele é contra os valores e princípios cristãos.
Porque o comunismo foi o que mais perseguiu os cristãos. Não existe comunista
crstão. É de contramão com a palavra de Deus. A gente não pode aceitar esse tipo
de gente no poder”.
A
ex-primeira-dama também criticou outros setores do governo, em especial os
gastos com publicidade e com viagens do presidente e da atual primeira-dama,
Rosângela da Silva, a Janja. Michelle a apelidou de “viajajante”. “Pregam o
comunismo e amam tudo que o capitalismo pode proporcionar. E amam viajar, viu?
É uma duplinha que ama viajar”, ironizou.
Em outro
momento da fala, Michelle disse ser perseguida politicamente. Ela citou
episódios em que teria recebido transferências em cheque do ex-assessor
parlamentar Fabrício Queiroz e joias presenteadas por governos estrangeiros.
A ex-primeira-dama afirmou
que os adversários políticos inventam narrativas mentirosas. “Eles matam. Eles
se envolvem em corrupção e tira do povo, matam as pessoas em filas de
hospitais. Eles assassinam reputações. Destroem a moral, destroem a sociedade com
ideologias malignas. Eles são pessoas do mal, sim”, discursou.
Michelle convoca ‘mulheres de
bem’
A
ex-primeira-dama afirmou que o objetivo do PL é formar novas lideranças
“femininas”, não “feministas”, e convocou as “mulheres de bem” a se juntarem à
legenda. Michelle ressaltou que, apesar da vida corrida, gosta de “cuidar do
meu galego dos olhos azuis”, em referência a Bolsonaro.
Para a
ex-primeira-dama, as mulheres têm um jeito diferente de fazer política, porque
sabem “transformar dor em causa”. “A cota é importante? É, mas nós queremos a
mulher porque ela é a protagonista da própria história. Diferente do atual
‘desgoverno’, que só valoriza a mulher em época de campanha”, discursou.
A reportagem
não conseguiu contato com a assessoria de Michelle.
Fonte: Bem
Paraná com informações do Estadão Conteúdo
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