No supermercado, o preço da carne bovina disparou 73%. O ultraliberal Javier Milei tomou posse há menos de um mês
A Argentina enfrenta uma escalada ainda mais intensa da inflação, conforme relatado pelo New York Times, após os primeiros dias do governo do ultraliberal Javier Milei, eleito em 19 de novembro e empossado em 10 de dezembro. Os moradores do país expressam crescente preocupação com o aumento vertiginoso dos preços, destacando a deterioração econômica sob a nova administração, relata o Metrópoles.
De acordo com o New York Times, a inflação atingiu níveis alarmantes, impactando diretamente o cotidiano dos argentinos. O preço da carne bovina disparou 73%, enquanto o valor da abobrinha registrou um aumento alarmante de 140%. O setor de combustíveis também foi duramente atingido, com um aumento de 60% no preço da gasolina. Além disso, produtos básicos como fraldas tiveram um aumento de 100%.
A rápida desvalorização da moeda argentina após a eleição de Milei é apontada como a principal causa desse cenário desafiador. A crise financeira que assola o país há décadas foi agravada em novembro, mês da eleição, quando a média do aumento dos preços já alcançava 160% em comparação com o ano anterior.
Manuel Adorni, porta-voz do governo de Milei, justificou o aumento de preços, afirmando que é uma consequência inevitável da correção de distorções na economia. Adorni enfatizou que esses aumentos devem persistir nos próximos meses, enquanto o governo busca implementar mudanças estruturais na economia.
A gestão econômica de Milei é marcada pela implementação de um "megadecreto" contendo mais de 300 medidas, visando desregular a economia e facilitar a privatização de empresas. Além disso, propõe mudanças significativas na legislação trabalhista. Contudo, a legalidade dessas medidas está sob escrutínio do Judiciário argentino, lançando dúvidas sobre a viabilidade a longo prazo dessas reformas.
A população argentina, já sobrecarregada pela crise econômica persistente, enfrenta agora um cenário de incerteza e instabilidade crescentes, enquanto o governo de Milei busca transformações profundas na estrutura econômica do país.
Fonte: Brasil 247 com ifnormações do Metrópoles
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