Pesquisa revela que 38% dos brasileiros têm uma imagem negativa da suprema corte, contra 27% dos que veem o tribunal de forma positiva
Uma pesquisa realizada pelo instituto Datafolha divulgada neste sábado aponta um aumento na reprovação do Supremo Tribunal Federal (STF) no Brasil, que atingiu 38%, enquanto a aprovação da corte recuou para 27%. A pesquisa, conduzida com 2.004 eleitores em 135 cidades do país, revelou que a percepção sobre o trabalho dos juízes do STF sofreu mudanças significativas, com a reprovação subindo de 31% para 38% e a aprovação caindo de 31% para 27% em comparação com a última pesquisa. O número de pessoas que consideram o desempenho do tribunal como regular se manteve em 31%, comparado aos 34% registrados na pesquisa anterior realizada em dezembro do ano passado. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O Datafolha vem monitorando a opinião pública sobre o STF desde dezembro de 2019, período marcado por uma série de controvérsias e confrontos com o Congresso Nacional. As tensões entre o STF e o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, especialmente durante sua campanha contra o sistema eleitoral, contribuíram para o atual cenário de reprovação. O inquérito das fake news, liderado pelo ministro Alexandre de Moraes, e as ações do Supremo contra movimentos antidemocráticos, como os eventos de 8 de janeiro, foram momentos chave nessa trajetória.
O protagonismo do STF também foi marcado por atritos frequentes com o Congresso durante a gestão do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ultrapassando questões puramente democráticas. Decisões como a derrubada do marco temporal de terras indígenas geraram debates acalorados, especialmente na bancada ruralista. Além disso, críticas ao que é visto como ativismo judicial nas decisões do tribunal, como na questão do aborto, têm sido frequentes.
Apesar do aumento na reprovação, a aprovação do STF ainda supera os 19% registrados na primeira pesquisa sobre o tema em dezembro de 2019. A aceitação do Supremo parece estar vinculada à satisfação com o governo Lula, especialmente entre seus apoiadores. Por outro lado, a reprovação é mais acentuada entre grupos com maior nível de educação, a classe média baixa, evangélicos e entre aqueles que desaprovam a gestão de Lula.
Fonte: Brasil 247
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