Ministro da Justiça enfrenta sabatina decisiva na Comissão de Constituição e Justiça do Senado para indicação ao STF
Flávio Dino, atual ministro da Justiça indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, terá sua trajetória avaliada em sabatina marcada para esta quarta-feira no Senado Federal. A indicação, caso aprovada, pode consolidar uma nova fase na carreira do político de 55 anos, marcada por sua atuação como juiz federal, governador do Maranhão e a perda trágica de seu filho.
O percurso político de Dino começou com sua filiação ao PT em 1987, engajando-se no movimento estudantil maranhense e colaborando na campanha presidencial de Lula em 1989. Aos 26 anos, tornou-se juiz federal e ocupou esse cargo por 12 anos. Paralelamente, foi presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil e também teve papel fundamental na criação do Conselho Nacional de Justiça.
Com um mestrado em Direito Público pela UFPE, Flávio Dino ingressou na política partidária em 2006, filiando-se ao PCdoB e sendo eleito para a Câmara dos Deputados. Sua carreira no legislativo foi marcada por propostas relevantes, incluindo uma PEC para estabelecer mandatos de 11 anos para ministros do STF.
No entanto, sua incursão na corrida pelo governo do Maranhão teve início em 2010, enfrentando derrotas e vitórias acirradas. Eleitores presenciaram sua gestão inovadora com investimentos na educação e combate ao analfabetismo. Após reeleição em 2018, manteve-se como uma figura de oposição a longos domínios políticos no estado.
Contudo, sua carreira foi abalada por uma tragédia pessoal em 2012, quando perdeu seu filho Marcelo, de 13 anos, em um incidente médico controverso. Esse episódio marcou profundamente sua vida e refletiu em suas atuações subsequentes.
No âmbito nacional, Dino foi figura chave na gestão de crises de segurança pública e investigações sensíveis, como o caso Marielle Franco. Sua indicação ao STF, apesar de bem recebida por alguns setores, enfrenta resistência e questionamentos no Senado, onde será sabatinado em meio a uma atmosfera política carregada.
A sessão de sabatina, liderada por Davi Alcolumbre, presidente da CCJ, promete ser um campo de embate político. As questões não se restringirão apenas ao histórico profissional, mas também abordarão episódios polêmicos e decisões tomadas durante sua gestão no Ministério da Justiça.
Dino, que poderá ter uma significativa influência na mais alta corte do país por décadas, enfrenta um desafio crucial para selar seu ingresso no STF.
Fonte: Brasil 247
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