sábado, 30 de dezembro de 2023

Ciro Gomes diz que dificilmente “disputa uma eleição” novamente após fracasso em 2022

 

Ciro Gomes (PDT) teve 3% dos votos em 2022. Foto: reprodução

Um ano após sua expressiva derrota nas eleições presidenciais, Ciro Gomes, do PDT, rompeu o silêncio e, em entrevista ao jornal O Globo, declarou que é improvável que retorne para mais uma disputa eleitoral. Em 2022, o ex-governador do Ceará conquistou apenas 3% dos votos válidos, ficando em quarto lugar, marcando seu pior desempenho na corrida pela Presidência.

“Eu sou político, mas eu perdi um pouco a crença na linguagem eleitoral brasileira. O que me causou constrangimento e me fez perder a crença da minha vontade de disputar minhas ideias eleitoralmente são as minhas mediações. Como eu vou explicar pro povão se não tiver um conjunto de pessoas equipadas pelo privilégio de serem artistas, intelectuais, cientistas, líderes estudantis, lideranças sindicais… E por regra, essa gente toda está batendo palma para a destruição do meu país, para o apodrecimento da República. De repente o cinismo perdeu o pudor”, desabafou Ciro Gomes.

A relação do ex-presidenciável com a “classe artística” rompeu de vez quando ele resolveu confrontar o humorista Gregório Duvivier em 2022. Dias antes do embate, Duvivier uso o programa “Greg News” para defender o voto em Lula, mesmo admitindo que seu político preferido para as eleições seria Ciro. Relembre alguns momentos do embate:


Ao analisar o cenário político do último ano, Ciro criticou a estratégia de Lula, afirmando que o ex-presidente “perdeu o pulso” ao buscar negociações e tentar uma “conciliação com o inconciliável”, referindo-se às alianças com partidos do chamado Centrão. O pedetista expressou certo alívio com a saída de Jair Bolsonaro da presidência, mas ressaltou que o Brasil ainda enfrenta desafios significativos.

“Eu sinto renovado, um alívio em relação ao que tínhamos (em referência ao governo Bolsonaro), mas se nós ficarmos amarrados a essa referência trágica do passado, nós não vamos perceber corretamente o tamanho do problema que o Brasil tem por resolver. Essa é minha grande frustração”, concluiu Ciro Gomes em sua reflexão sobre o atual panorama político brasileiro.

Ciro também evitou comentar conflitos com seu irmão, o senador Cid Gomes, durante esse período e destacou sua percepção desencantada em relação à “democracia eleitoral” brasileira. Ele expressou sua preocupação com a atual situação da República, alegando que o país está em um estado de deterioração.

Após o distanciamento do irmão, Cid se aproximou de Geraldo Alckmin, vice-presidente, e concluiu sua mudança de partido, do PDT de Ciro para o PSB. Com a alteração, o partido agora tem cinco senadores, sendo os outros quatro Ana Paula Lobato (MA), Chico Rodrigues (RR), Flávio Arns (PR) e Jorge Kajuru (GO).

Fonte: DCM

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