Como resultado dos ataques israelenses nas últimas semanas, dos cerca de 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza, 1,9 milhão, 85% da população, tiveram que deixar suas casas
RFI - O ataque mais sangrento da história de Israel, a operação mais mortal da história de Gaza, no domingo, israelenses e palestinos encerraram um ano sombrio, sem fim à vista para os combates.
"Esperávamos que 2024 chegasse sob melhores auspícios e que pudéssemos comemorar o Ano Novo em casa com nossas famílias. Mas a situação está difícil", diz Mahmoud Abou Shahma, 33 anos, em um campo para pessoas deslocadas em Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza.
"Esperamos que a guerra termine e que possamos voltar para casa e viver em paz", acrescentou o homem de Khan Younes, a principal cidade no sul da Faixa de Gaza e o novo epicentro da guerra entre Israel e o Hamas.
Como resultado dos ataques israelenses nas últimas semanas, dos cerca de 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza, 1,9 milhão, 85% da população, tiveram que deixar suas casas. Atualmente, cerca de 1,5 milhão de palestinos estão desabrigados como resultado da guerra que começou em 7 de outubro.
Esperanças para o novo ano - No sábado (30) à noite, mais de mil pessoas se manifestaram em Tel Aviv em apoio aos reféns e seus entes queridos, cantando "tragam-nos de volta!"
"Estou tentando ser otimista. Estou realmente tentando ser otimista. Espero que haja outro acordo, mesmo que parcial, ou que as informações sejam publicadas. Tento me agarrar a todo tipo de esperança", disse Nir Shafran, 45 anos, no local.
Gal Gilboa-Dalal ainda está traumatizado pelo dia 7 de outubro. Ele foi com seu irmão Guy a uma festa rave que foi invadida por comandos do Hamas.
"Eu estava lá com ele e ele foi levado embora no momento em que eu não estava com ele. Eu fui com ele e voltei sem ele, e é como se o tempo tivesse parado desde então. Estou esperando que ele volte. Todo dia é um inferno", disse ele à margem da manifestação em Tel Aviv.
França em Gaza - Neste domingo, o ministro das Forças Armadas da França, Sebastien Lecornu, visitou o Dixmude, o porta-helicópteros francês ancorado no porto egípcio de Al-Arich, onde os civis feridos de Gaza estão sendo tratados desde novembro.
A França é a "primeira potência ocidental a colocar recursos médicos tão perto da Faixa de Gaza", de acordo com o ministério francês. O Dixmude está ancorado a cerca de 50 quilômetros do ponto de passagem de Rafah, entre o Egito e a Faixa de Gaza, onde a ajuda é entregue pouco a pouco.
As instalações hospitalares da embarcação incluem duas salas de cirurgia, 40 leitos, mais de 80 equipes de enfermagem, scanners e laboratórios de análise", disse Lecornu quando o Dixmude chegou ao Egito.
O navio é tripulado por médicos franceses do Serviço de Saúde das Forças Armadas, que têm sido muito requisitados nos últimos anos para apoio médico em operações militares e na crise da Covid-19, bem como por pessoal belga, dinamarquês e jordaniano.
Novo saldo da guerra - O Ministério da Saúde do Hamas palestino anunciou no domingo que as operações militares israelenses na Faixa de Gaza causaram 21.822 mortes desde o início da guerra.
Cento e cinquenta pessoas foram mortas e 286 ficaram feridas nas últimas 24 horas, disse a fonte, acrescentando que 56.451 pessoas ficaram feridas desde 7 de outubro.
Essa guerra devastadora foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelense em 7 de outubro, que deixou cerca de 1.140 pessoas mortas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.
Em resposta, Israel prometeu "destruir" o movimento islâmico, que está no poder na Faixa de Gaza, e está bombardeando implacavelmente o território, onde 129 dos cerca de 250 reféns tomados pelo Hamas e seus aliados locais durante o ataque de 7 de outubro permanecem em cativeiro.
Fonte: Brasil 247 com informações da RFI
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