domingo, 31 de dezembro de 2023

Bombardeios israelenses já deixaram mais de 1,5 milhões de palestinos desabrigados em Gaza

 Como resultado dos ataques israelenses nas últimas semanas, dos cerca de 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza, 1,9 milhão, 85% da população, tiveram que deixar suas casas

Faixa de Gaza: campo de refugiados palestinos (Foto: IBRAHEEM ABU MUSTAFA/REUTERS)

RFI O ataque mais sangrento da história de Israel, a operação mais mortal da história de Gaza, no domingo, israelenses e palestinos encerraram um ano sombrio, sem fim à vista para os combates.

"Esperávamos que 2024 chegasse sob melhores auspícios e que pudéssemos comemorar o Ano Novo em casa com nossas famílias. Mas a situação está difícil", diz Mahmoud Abou Shahma, 33 anos, em um campo para pessoas deslocadas em Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza.

"Esperamos que a guerra termine e que possamos voltar para casa e viver em paz", acrescentou o homem de Khan Younes, a principal cidade no sul da Faixa de Gaza e o novo epicentro da guerra entre Israel e o Hamas.

Como resultado dos ataques israelenses nas últimas semanas, dos cerca de 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza, 1,9 milhão, 85% da população, tiveram que deixar suas casas. Atualmente, cerca de 1,5 milhão de palestinos estão desabrigados como resultado da guerra que começou em 7 de outubro.


Esperanças para o novo ano - No sábado (30) à noite, mais de mil pessoas se manifestaram em Tel Aviv em apoio aos reféns e seus entes queridos, cantando "tragam-nos de volta!"

"Estou tentando ser otimista. Estou realmente tentando ser otimista. Espero que haja outro acordo, mesmo que parcial, ou que as informações sejam publicadas. Tento me agarrar a todo tipo de esperança", disse Nir Shafran, 45 anos, no local.

Gal Gilboa-Dalal ainda está traumatizado pelo dia 7 de outubro. Ele foi com seu irmão Guy a uma festa rave que foi invadida por comandos do Hamas.

"Eu estava lá com ele e ele foi levado embora no momento em que eu não estava com ele. Eu fui com ele e voltei sem ele, e é como se o tempo tivesse parado desde então. Estou esperando que ele volte. Todo dia é um inferno", disse ele à margem da manifestação em Tel Aviv.

França em Gaza - Neste domingo, o ministro das Forças Armadas da França, Sebastien Lecornu, visitou o Dixmude, o porta-helicópteros francês ancorado no porto egípcio de Al-Arich, onde os civis feridos de Gaza estão sendo tratados desde novembro.

A França é a "primeira potência ocidental a colocar recursos médicos tão perto da Faixa de Gaza", de acordo com o ministério francês. O Dixmude está ancorado a cerca de 50 quilômetros do ponto de passagem de Rafah, entre o Egito e a Faixa de Gaza, onde a ajuda é entregue pouco a pouco.

As instalações hospitalares da embarcação incluem duas salas de cirurgia, 40 leitos, mais de 80 equipes de enfermagem, scanners e laboratórios de análise", disse Lecornu quando o Dixmude chegou ao Egito.

O navio é tripulado por médicos franceses do Serviço de Saúde das Forças Armadas, que têm sido muito requisitados nos últimos anos para apoio médico em operações militares e na crise da Covid-19, bem como por pessoal belga, dinamarquês e jordaniano.

Novo saldo da guerra - O Ministério da Saúde do Hamas palestino anunciou no domingo que as operações militares israelenses na Faixa de Gaza causaram 21.822 mortes desde o início da guerra.

Cento e cinquenta pessoas foram mortas e 286 ficaram feridas nas últimas 24 horas, disse a fonte, acrescentando que 56.451 pessoas ficaram feridas desde 7 de outubro.

Essa guerra devastadora foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelense em 7 de outubro, que deixou cerca de 1.140 pessoas mortas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.

Em resposta, Israel prometeu "destruir" o movimento islâmico, que está no poder na Faixa de Gaza, e está bombardeando implacavelmente o território, onde 129 dos cerca de 250 reféns tomados pelo Hamas e seus aliados locais durante o ataque de 7 de outubro permanecem em cativeiro.

Fonte: Brasil 247 com informações da RFI

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