domingo, 19 de novembro de 2023

Prates defende estratégia comercial da Petrobras e critica "açodamento" por mudança nos preços

 "Não faz sentido agir por impulso ou açodamento – como fez o governo Bolsonaro todo o tempo, quanto a isso", afirma

A Vibra tem atualmente o direito de usar a marca da BR, sem que a Petrobrás tenha participação na companhia (Foto: ABR)

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu, no X, a política comercial da Petrobrás, que foi alvo de críticas recentes do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que disse ser necessário "puxar a orelha" da companhia. Segundo Prates, a estratégia comercial da Petrobras vem dando bons resultados para a empresa e para a sociedade.

"Este ano, a Petrobras avançou com uma nova estratégia comercial que prioriza o não repasse da volatilidade do mercado internacional do petróleo. Não queremos mais levar para dentro da casa do consumidor a incerteza gerada por fatores geopolíticos imprevisíveis. Na sua condição de empresa estatal mista, a Petrobras pode e deve gerir sua estrutura de forma eficiente e rentável ao mesmo tempo em que contribui para que o País tire bom proveito da autossuficiência em petróleo e da grande capacidade de refino que possui", escreveu Prates.


"Em 2017, quando o 'Governo Temer' instituiu o tal 'Preço de Paridade de Importação' (ou PPI), foram realizados 118 movimentos nos preços; cada um desses disparando efeitos econômicos e sociais. Um caminhoneiro não conseguia estimar um frete, pois um conflito do outro lado do planeta poderia inviabilizar seu retorno para casa. O problema do caminhoneiro também é problema para a logística de abastecimento nacional, para o deslocamento de bens e serviços, e para a economia em geral. Estamos mostrando, na prática, que dá para fazer diferente, sem simplificações infantis, sem casuísmos negligentes, sem bravatas ou improvisos, mas com inteligência, transparência e responsabilidade. Nesses seis meses da nova estratégia, realizamos 4 ajustes na gasolina e 3 no diesel. Nesse mesmo período, o barril de petróleo foi negociado em valores entre US$ 71 e US$ 95, e afetado por diversos eventos de impacto global como guerras na Ucrânia e no Oriente Médio", acrescentou.

Em outro trecho, Prates defendeu cautela. "Não faz sentido agir por impulso ou açodamento – como fez o Governo Bolsonaro todo o tempo, quanto a isso. Canso de repetir: a Petrobrás não 'FAZ' o preço do mercado, e tem sua política comercial definida de acordo com seus parâmetros técnicos, logísticos e operacionais. Portanto, a Petrobrás fará ajustes quando e como tais parâmetros indicarem pertinência", afirmou. "Para que o MME (Ministério de Minas e Energia), órgão da União, possa orientar a Petrobras a baixar os preços de combustíveis diretamente, será necessário seguir a Lei 13.303/16 e o Estatuto Social (art. 3o, parágrafo 4o e seguintes)", afirmou, destacando os aspectos técnicos de eventual medida:

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  1. • a União deverá orientar formalmente a Petrobras por meio de um ato normativo (lei ou regulamento);
  2. • deverá firmar contrato, convênio ou outro ajuste estabelecendo as condições em que se dará, com ampla publicidade;
  3. • os custos e receitas referentes a medida deverão ser discriminados e divulgados de forma transparente, inclusive no plano contábil;
  4. • a proposta de orientação da União deverá ser submetida ao Comitê de Investimentos e ao Comitê de Minoritários, que avaliará se as condições a serem assumidas pela Petrobras requerem que a União compense a Petrobras pela diferença.

Por fim, Prates destacou os bons resultados da empresa. "Temos alcançado recordes tanto na produção de petróleo e gás como no refino e comercialização de seus derivados, sempre inovando com sua tecnologia e o empenho dos petroleiros e petroleiras por cada vez mais eficiência e por uma pegada de carbono cada vez menor. Nos últimos dias, ultrapassamos grandes congêneres como BP e Equinor em valor de mercado, e alcançamos o recorde histórico da cotação das nossas ações, mesmo anunciando reduções racionais e compreensíveis na distribuição de dividendos", afirmou. "Estamos preparados para investir muito e devolver ao Brasil empregos, oportunidades, desenvolvimento e muita energia, por muitos anos mais. São ainda poucos meses, mas de muito trabalho, em diálogo constante com toda a sociedade, que tem visto a empresa comunicar ajustes nos seus preços e que tem cobrado que as nossas reduções também cheguem aos postos. Somos desafiados todos os dias a buscar produtos melhores, com preços competitivos, ao mesmo tempo em que aprimoramos a qualidade dos empregos que geramos e mantemos", destacou.

Ao fim de sua postagem, Prates agradeceu ao presidente Lula. "Tenho muito orgulho de ter recebido diretamente do Presidente Lula a missão de liderar a primeira empresa em que trabalhei (e da qual nunca me distanciei) em um momento tão importante para a construção de sua transição para uma nova fase histórica e fundamental. A Petrobras merece uma gestão verdadeiramente preocupada com seu futuro e com o futuro do Brasil e do planeta, e todos os dias agradeço pela confiança depositada em mim e na diretoria que me acompanha nesta jornada desafiadora", afirmou.


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