O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro detalhou a investigadores o funcionamento de um esquema de fake news
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) e o senador Humberto Costa (PT-PE) destacaram nesta quinta-feira (23), pela rede social X, a gravidade das informações dadas pelo tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, em delação premiada à Polícia Federal (PF). O parlamentar do PT-RJ reforçou que o militar confirmou o uso do chamado gabinete do ódio no Palácio do Planalto "para difundir fake news que atacavam as instituições e fragilizavam a democracia". "Quem comandava a estrutura e o conteúdo era Carlos Bolsonaro e o presidente Bolsonaro distribuía o material. É gravíssimo!", escreveu Farias.
O senador do PT-PE reforçou que o militar é "ex-homem de confiança de Bolsonaro, Mauro Cid". De acordo com o parlamentar, o tenente "escancara a rede de mentiras e de ódio bolsonarista, responsável por distribuir desinformação e atacar as instituições". "O material era produzido dentro do Palácio do Planalto".
De acordo com o tenente, três assessores presidenciais utilizavam uma sala no terceiro andar do Palácio do Planalto - mesmo andar em que funciona o gabinete presidencial - para a produção de conteúdo que depois era disseminado para os contatos e redes sociais ligados ao então mandatário.
O militar também havia dito que Bolsonaro consultou militares para falar sobre como poderia ser aplicado um golpe no Estado no Brasil. No celular do tenente, investigadores encontraram uma minuta do golpe e que previa a decretação de Estado de Sítio. Este ano (2023), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou Bolsonaro inelegível por acusar sem provas o sistema eleitoral brasileiro de não ter segurança contra fraudes, durante uma reunião dele com embaixadores no ano passado em Brasília (DF).
O coronel foi preso em maio deste ano por causa de fraudes em cartões de vacinação de Bolsonaro. Em setembro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes aprovou o acordo para o tenente delatar.
Fonte: Brasil 247
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