"Nós não aguentamos o tranco da direita como nós estamos", avalia o ex-ministro da Casa Civil e ex-presidente do PT, José Dirceu
O ex-ministro da Casa Civil e ex-presidente do PT, José Dirceu, fez uma análise da conjuntura política do país durante encontro da corrente Avante PT, uma das alas do partido, no último dia 24.
Dirceu externou críticas ao que classifica como pontos fracos da sigla e do governo Lula e enfatizou a necessidade de mobilização das massas para enfrentar a extrema direita.
“Hoje o PT é o partido de maior apoio popular, de melhor imagem, mas o partido não é nem 10% do que devia ser", criticou o ex-ministro, enfatizando que é um problema do PT e da esquerda.
“Nosso governo tem problemas de governabilidade, organização, de avaliação de cada ministério”, frisou.
Para ele, a falta de mobilização e a interdição do debate somadas ao ambiente em que Lula tem de se dobrar ao pragmatismo na relação com o centrão, ampliam o espaço para a extrema direita.
“Eu sou da opinião de que nós precisamos nos debruçar sobre o problema do partido. Não vamos tapar o sol com a peneira. Nós não aguentamos o tranco da direita como nós estamos. E a direita vai nos dar um tranco, nós conhecemos ela. Há esse ambiente agora, político, negociação com Arthur Lira, mas essa não é a realidade. Se nós formos derrotados em 2024, eles vão tomar mais um naco do governo”, frisou.
Dirceu apontou a falta de mobilização do PT como um dos pontos fracos, principalmente para para bater mais firme na política de juros do Banco Central e na defesa de pautas ambientais.
“Não sei qual é o problema. Tem medo da militância? Do debate? Da discussão? Da mobilização da militância?”, perguntou. “Onde se discute isso? Ou não é para discutir e fazer de conta que está tudo bem? Ou não se pode discutir mais? Às vezes fico com a sensação de que você começa a discutir um pouco e fica inconveniente, indesejável”, completou.
Dirceu defendeu que é preciso mudar a correlação de forças para que o campo progressista avance.
“Temos que mudar a correlação de forças e mudar nosso partido. A não ser que a gente queira governar… que está bom como estamos governando. Sabemos que não está. Isso não quer dizer que nosso governo não produziu grandes avanços e foi uma vitória extraordinária derrotar o bolsonarismo”, acrescentou.
Fonte: Brasil 247
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