quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Investigação da PF revela que Abin pagou por 33 mil monitoramentos com sistema First Mile

 Disputa entre Abin e PF ressalta divergências sobre o uso do programa para rastreamento de celulares durante a gestão de Bolsonaro

(Foto: Leonardo Araújo)

Uma investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) traz à tona um intenso embate entre a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a Polícia Federal , centrado na quantidade de monitoramentos implementados pelo sistema First Mile, utilizado para rastrear a geolocalização de celulares, destaca o Metrópoles.

Durante a gestão de Jair Bolsonaro, a Abin teria empregado esse programa para monitorar opositores do governo, levantando questões sobre a legalidade dessas ações. No final de outubro, as autoridades policiais realizaram buscas e apreensões nas dependências da agência.

Anteriormente à operação, a Abin compartilhou com a PF informações referentes a 1,8 mil monitoramentos. No entanto, após uma intervenção policial, os investigadores revelaram ter recuperado registos de 33 mil acessos ao sistema, considerando a possibilidade de múltiplos monitoramentos de um mesmo alvo.


Esse número, ressaltado pela PF, foi apresentado como exemplo da suposta falta de cooperação por parte da agência. Em contrapartida, agentes da Abin alegaram que a PF teria cometido equívocos no acesso ao sistema e questionaram a veracidade da quantidade de usos do programa.

A investigação da PF descobriu que o contrato foi devidamente concluído e pago integralmente pela agência. Isso indica que foram realizados 10 mil acessos anuais na Primeira Milha, durante um período de três anos.

Durante essa vigência contratual, foi estabelecido um acordo compensatório, permitindo à agência realizar 10% a mais de acessos em um ano específico, devido a uma interrupção momentânea no rastreamento de celulares da operadora Tim. Essa concessão elevou o número total de acessos identificados para aproximadamente 33 mil.

O pesquisador está agora em busca dos titulares dos números de linhas monitoradas. Paralelamente, a PF investiga suspeitas de desvio de recursos da Abin pelo ex-secretário de planejamento e gestão, Paulo Maurício Fortunato, após a descoberta de US$ 171 mil em espécie em sua residência.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

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