quarta-feira, 29 de novembro de 2023

“Com bate-boca e gritos de palhaçada, sessão da CPI dos Atos Antidemocráticos é suspensa na Câmara do DF (assista ao vídeo)

 

A sessão da CPI dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal nesta quarta-feira (29) foi marcada por bate-boca entre os parlamentares. Os trabalhos chegaram a ser suspensos pelo presidente da comissão, Chico Vigilante (PT).

Os deputados analisavam o relatório final da CPI, que entre os indiciados incluiu o general Gonçalves Dias (GDias), que comandava o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no início do governo Lula, quando as sedes dos três Poderes foram vandalizadas.

A confusão começou após parlamentares da direita se revoltarem porque o presidente do colegiado informou que serão votados destaques depois da leitura.

O Metrópoles apurou que um dos destaques será votado para retirar Gonçalves Dias da lista de pedidos de indiciamentos.

“Vou suspender a sessão, porque não vou permitir que a extrema direita transforme isso numa palhaçada”, ressaltou Chico. Com os microfones cortados, os parlamentares cercaram o colega, gritando repetidamente “questão de ordem”.

Na briga, quase todos os parlamentares da CPI acabaram discutindo. Paula Belmonte (Cidadania) chegou a sair do local que ocupa no plenário para ficar em pé ao lado de Hermeto, que tentava ler o relatório, pedindo questão de ordem.

Para a deputada, que é suplente na sessão, votar para tirar o general Gonçalves Dias é “uma grande manobra”.


Fábio Felix (PSol) e Joaquim Roriz Neto (PL) também bateram boca. Enquanto A grande questão da discussão é o entendimento do relatório como uma “proposição”. Enquanto a presidência da CPI diz que o regimento interno da Câmara Legislativa prevê a legalidade de um dispositivo de emenda ao texto, que poderia retirar o nome de GDias, por exemplo, a direita diz que o documento apresentado pelo relator não se trata de uma proposição legislativa e, portanto, não aceitaria emendas.


Relatório

O relatório de Hermeto pede o indiciamento do coronel Marcelo Casimiro, que chefiava o 1º Comando de Policiamento Regional (CPR), e da coronel Cíntia Queiroz de Castro, que é da PM, mas atua como subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública do DF.

Os outros policiais militares já presos, segundo o relator, são “vítimas da falta de informações” desses dois. O relatório final da CPI apresentou 444 páginas e 130 indiciados. Também constam no texto o crime pelo qual cada um deve responder, no entendimento da CPI, e a prova da ação criminosa.

Os indiciados compõem quatro grupos principais. Aqueles que instigaram as pessoas a participar dos atos, aqueles que financiaram golpistas, os que foram omissos e os que efetivamente estiveram na Praça dos Três Poderes na data praticando ações violentas para anular o resultado das eleições.

A CPI dos Atos Antidemocráticos se tornou histórica na Casa e no DF. Em andamento há nove meses, a Comissão ouviu 31 pessoas entre fevereiro e novembro.


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