Ex-auxiliar de Anderson Torres sofreu "pressão" do ministro para vincular o PT a facções criminosas no segundo turno da eleição presidencial
A presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), reagiu pelo X, antigo Twitter, nesta sexta-feira (6) à revelação de que a ex-diretora do Ministério da Justiça Marília Ferreira sofreu "uma certa pressão" do então ministro Anderson Torres para indicar uma suposta relação entre o PT e facções criminosas durante o segundo turno da eleição presidencial.
"Muito graves as anotações da ex-diretora de Inteligência de Anderson Torres, Marília Alencar, sobre as pressões que recebeu do chefe para forjar acusações contra o PT. Ela colecionava vídeos e postagens com fake News sobre compra de votos e supostas ligações do PT com facções criminosas. Mas a própria Marília escreve que não produziu o documento acusatório que Anderson pediu porque não havia base nenhuma para isso. Sempre denunciamos que esse pessoal do Bolsonaro conspirava pra ligar o PT ao que há de ruim. Agora, eles mesmos confessam. Tem que ir fundo nesta investigação para que os verdadeiros criminosos sejam punidos", escreveu Gleisi.
Uma anotação encontrada no celular da delegada Marília Ferreira relata: "havia uma preocupação do ministro com o Nordeste e ele falava muito na Bahia, pois havia visto no mapa com o planejamento do primeiro turno que havia muito pouca distribuição de equipes no interior da Bahia. Desde antes do primeiro turno a DINT [Diretoria de Inteligência] recebia dezenas de vídeos e postagens de pessoas, a maioria delas fake news, sobre compra de votos e ligação do PT com facções criminosas. Toda notícia ou informe que chegava, tentávamos fazer a confirmação, pedindo o BO [boletim de ocorrência] ou consultando o centro de inteligência respectivo. Então, algo que estava arraigado ali na SEOPI [Secretaria de Operações Integradas do ministério] era essa relação do PT com compra de votos, e sempre comentávamos sobre isso. Havia uma certa pressão para que eu fizesse um relatório que indicasse a relação do PT com facções criminosas, pois havia alguns indicativos disso, mas não fizemos porque não havia comprovação".
Fonte: Brasil 247
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