Um dos
presos na Operação Última Milha, desencadeada pela Polícia Federal nesta
sexta-feira (20), participou como palestrante da Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) sobre crimes cibernéticos, na Câmara dos Deputados, em 2016.
Eduardo Arthur Izycki foi preso por utilização indevida de sistema de
geolocalização de celulares do órgão para coerção. O sistema teria sido
utilizado para promover um cerco contra adversários de Jair Bolsonaro,
jornalistas e até ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
No
dia 29 de março de 2016, ele afirmou durante CPI que a razão de sua unidade na
Agência Brasileira de Inteligência (Abin) existir era para combater crimes
cibernéticos. Izycki esteve no Congresso Nacional por ter participado, até
então, de questões de segurança e avaliações de riscos envolvendo os grandes
eventos mundiais realizados no Brasil entre 2010 e 2016.
Ele atuou em investigações contra terrorismo cibernético
por causa da visita do papa Francisco ao Brasil, em 2013, e da Copa do Mundo de
2014. Naquele período, atuava também em questões de segurança envolvendo os
Jogos Olímpicos do Rio, que aconteceram em agosto de 2016.
“Eu não vou
entrar no aspecto dos demais em relação a Rio 2016, mas é claro que a
espionagem cibernética é a grande razão de existência da minha unidade. O
Leviatã Digital, que se constitui em outros países, como, por exemplo, nos
Estados Unidos ou nos países europeus – e foi citado pelo deputado o exemplo da
quebra da criptografia em relação a dispositivos móveis, por parte de serviços
de polícia daquele país -, é um exemplo dessa capacidade cada vez mais
crescente de espionagem cibernética”, citou em trecho da apresentação.
Izycki
deu detalhes sobre a atuação feita de sua unidade na tentativa de interceptar
ações de hackers. “A gente promoveu o cruzamento de bases de dados públicos com
registros de ataques. Na prática, o que a gente fez foi uma grande mescla entre
um registro de um pouco mais de 2 milhões de ataques em relação a 170 mil
serviços de internet brasileiros. E aqui eu estou me referindo a ataques
especificamente de desfiguração, é a ideia do hacktivism. Não vou entrar em
mais detalhes, porque seriam outros números e a gente não conseguiria vencer
isso no prazo que me foi concedido. Significa o quê? Desses 2 milhões de ataques,
quais deles foram dirigidos a esses serviços de internet do Brasil? Aqui, eu me
refiro a serviços governamentais identificados por .gov, .leg, .jus, que são do
Poder Executivo, Judiciário, Legislativo e Ministério Público das três esferas,
federal, estadual e municipal. Desses 2 milhões de ataques, em mais de 100 mil
a gente observou a dispersão por 200 países, e, desses, 100 mil ataques
dirigidos contra governo”, detalhou à época.
Fonte: Bem
Paraná com informações do Estadão
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