segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Planalto orienta base governista a evitar crise com militares em decorrência da delação de Mauro Cid

 Orientação visa evitar danos à imagem das Forças Armadas e colocar em cima do governo uma eventual crise com militares da ativa

Mauro Cid (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

O Palácio do Planalto orientou os líderes da base governista no Congresso a evitar uma uma crise com os militares da ativa em decorrência da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). “Essa orientação foi fundamental para que fosse desmobilizada na CPMI do 8 de janeiro a articulação para convocar o ex-comandante da Marinha Almir Garnier e outros militares”, diz o jornalista Guilherme Amado em sua coluna no Metrópoles.

Em seu depoimento à Polícia Federal (PF), Mauro Cid revelou que Bolsonaro participou de reuniões com os comandantes das Forças Armadas para discutir a viabilidade de um golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ainda segundo Cid, o almirante Almir Garnier Santos, então comandante da Marinha, teria dito que suas tropas estariam prontas para atender a um chamado do gênero.


Apesar da reação pública do Ministério da Defesa e das cúpulas das Forças Armadas, que afirmaram ter interesse na investigação completa, nos bastidores há receios significativos sobre o impacto das investigações que envolvem militares da ativa.

Recentemente, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, teve uma reunião com o ministro da Defesa, José Múcio, e os comandantes do Exército e da Aeronáutica. O tema central foi a CPMI do 8 de janeiro e possíveis convocações devido à delação de Cid. Durante o encontro, expressou-se a preocupação com a execração pública de generais.

Ainda segundo a reportagem, os participantes do encontro “concordaram que havia elementos de sobra para que Almir Garnier fosse convocado a dar explicações, e que isso seria inevitável, até mesmo frente ao silêncio do almirante. Randolfe explicou, entretanto, que possivelmente nem Garnier seria convocado, diante da iminente desmobilização da CPMI. Apesar do discurso de transparência, a notícia foi bem recebida”.

A avaliação de aliados e interlocutores do governo é que abrir uma crise com os militares seria inconveniente e que eventuais punições de integrantes das Forças Armadas devem ficar sob responsabilidade do Supremo Tribunal Federal (STF).

Fonte: Brasil 247 com informações do jornalista Guilherme Amado. na sua coluna, no Metrópoles

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