Suspeita é que a obstrução tenha sido feita por integrantes da cúpula da Abin ainda no primeiro semestre, quando o escândalo foi revelado
A Polícia Federal (PF) confirmou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) apagou informações cruciais relacionadas a 30 mil monitoramentos em meio às investigações da Operação Última Milha, deflagrada na sexta-feira (20) para apurar a suspeita de que a agência teria monitorado ilegalmente opositores e críticos do governo Jair Bolsonaro (PL).Segundo a coluna do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, o caso reforça as suspeitas de que servidores da Abin tenham tentado obstruir as investigações.
“Os arquivos apagados já foram restaurados, segundo fontes a par da investigação, e a PF tenta agora descobrir quem foi o usuário da Abin responsável pela tentativa de eliminar as provas. O pedido da PF para fazer uma busca e apreensão na última sexta-feira (20) veio justamente porque se suspeitava que agentes da Abin estavam atuando para obstruir a investigação”, destaca a reportagem.
A agência negou acesso aos arquivos e máquinas do sistema First Mile em diversas ocasiões e a suspeita é que a obstrução tenha sido feita por integrantes da cúpula da Abin ainda no primeiro semestre, quando o escândalo foi revelado.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, solicitou a abertura de inquérito em março, após a imporensa indicar o possível uso ilegal do software de monitoramento israelense First Mile.
“A PF agora está trabalhando em individualizar a conduta dos agentes da Abin envolvidos na suposta tentativa de obstruir a investigação, além de apurar mais detalhes sobre como o sistema era utilizado para monitorar adversários políticos do governo Jair Bolsonaro, como jornalistas, políticos e advogados”, destaca a reportagem.
Fonte: Brasil 247 com informação da coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles
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